sexta-feira, 28 de novembro de 2014

País em liquidação


Ando acometido pela terrível sensação de estar vivendo num país que não é mais o meu.
Os políticos, apesar de eleitos através do voto popular, além de não me representarem, nos envergonham muito - mais que em outros tempos, nesses setenta e nove anos que com eles convivo.
Sinto-me ultrajado, traído e acabrunhado perante a enormidade de falcatruas feitas à minha volta.
Os altos impostos, dos maiores do mundo, vampirizam uma população indefesa que a tudo assiste estarrecida, mas totalmente indefesa.
Ao que parece, denunciar o que vivemos tornou-se uma tarefa inglória.
Resta-nos o cinismo e a convivência com esse estado de estupefação.
Pensar que um simples gerente de uma empresa do vulto da Petrobras devolverá 97milhões de dólares através da delação premiada é algo surreal e assustador.
O que teria então sido surrupiado pela cúpula desta e de outras grandes empresas que representam a nata da economia brasileira?
Tudo mancomunado com políticos sórdidos que organizam verdadeiros clubes da rapinagem, enquanto nós outros compomos o clube dos falidos.
Esses escândalos poderão abrir as portas para outros, uma vez que algumas poucas e poderosas empreiteiras têm a capacidade para formar usinas, aeroportos, ferrovias, hidrovias, enfim, tudo de vultoso que se constrói num país.
Tenho dado nesses tantos anos de vida o melhor de mim e o meu voto de confiança  só a traidores e ladrões?
Eu e mais tantos quanto eu, vivemos apenas para presenciar a liquidação da pátria amada?
Patriotismo! Ensinaram-me na escola e, o pior de tudo, eu acreditei.

Gabriel Novis Neves
18-11-2014

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