sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Amarras


Aprendemos em psicologia que temos amarras emocionais que nos causam sofrimentos e que essas são muito difíceis de serem desfeitas, mas não impossível.
Elas estão guardadas dentro de nós. No entendimento de Eduardo Galeano, “em silêncio parecido com estupidez”.
Voltaire diz que é difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram.
Não creio que conscientemente alguém deseje ficar submisso a certos condicionamentos arcaicos que a sociedade nos obriga a absorver. Somos tão limitados em nossos quereres!
O caminho para quem tem noção dessa patologia é procurar apoio de psiquiatras, analistas, psicólogos.
Amigos e religiões apenas corroboram essas amarras. Eles não têm o poder de nos ajudar a anular os efeitos nocivos daqueles condicionamentos.
Essas forças poderosas e resistentes estão soldadas nos pilares da nossa formação cultural e educacional.
Rompê-las é como implodir um edifício de muitos andares em região nobre de uma cidade.
Viver com elas é insuportável! As amarras emocionais só poderão ser desfeitas através da nossa participação ativa.
O primeiro passo, com certeza, é perceber e reconhecer a origem do nosso desequilíbrio interior. A seguir, a aceitação da descoberta, fato determinante para que possamos iniciar a transformação daqueles sentimentos que estão desalinhados.
Mergulhar dentro de nós sem condescendência, mas, ao mesmo tempo, sem pressa, para que a nossa metamorfose seja progressiva, sem traumas.
“Se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses, não haverá borboletas”, palavras do saudoso Rubem Alves.
É essencial para o nosso bem-estar definitivo reformular certas crenças, desatar as amarras que represam as nossas energias emocionais que, depois de liberadas, devem ser transformadas.
Enfim, devemos nos amar de verdade.
Sem o restabelecimento deste sentimento só nos resta a escuridão do sofrimento e da incompreensão.

Gabriel Novis Neves
18-11-2014

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