Impressionou-me
muito, não só a obra grandiosa, mas a história de vida desse fotógrafo
brasileiro chamado Sebastião Salgado.
Da
sua jornada de vida, quarenta e três anos foram dedicados à fotografia, gerando
um dos maiores acervos de que se tem notícia sobre os mais diferentes
acontecimentos que marcaram a humanidade de 1970 até os dias de hoje.
Suas
fotos, diferentes das glamorosas às que estamos habituados, sempre enaltecendo
a vaidade, vão muito além da imagem conseguida.
É
o relato verdadeiro, e algumas vezes cruel, do que acontece no planeta Terra
nas suas diferentes dimensões.
A
força de suas imagens é tamanha, que seus estudos deveriam fazer parte dos
currículos escolares, em detrimento de tantas outras matérias totalmente
desnecessárias à vida futura.
Suas
estadas dedicadas à fotografia em diversos lugares e eventos se estenderam
algumas vezes a anos de vida. De certa feita, passou cerca de sete meses
fotografando as montanhas do Himalaia.
Na
maioria das vezes, acompanhado pela mulher, viveu experiências inéditas, seja
cobrindo a brutalidade da guerra da Bósnia, seja em expedições à Antártida,
seja na floresta Amazônica em busca das tribos indígenas ainda desconhecidas
pelos brancos, seja em fotos
impressionantes de animais no Pantanal
ou nas ilhas Galápagos.
Suas
explicações, vinculando a fotografia a uma total imersão no planeta, são
fascinantes.
Segundo
ele, os animais têm uma inteligência muito semelhante à nossa, razão pela qual
só conseguimos fotografá-los cara a cara, se entendermos isso. Suas imagens,
por exemplo, de jacarés, são impressionantes, tal a proximidade conseguida com
os mesmos.
Relata
que só conseguiu isso se tornando ele próprio um jacaré, na postura e na
movimentação. O mesmo com a organização familiar dos chipanzés, muito
semelhante à nossa.
Como
um estudioso do marxismo (além de antropologia, biologia e economia) sua maior
preocupação foi sempre com a classe trabalhadora cujas fotos são o alvo de sua
imensa obra.
As
fotos, que falam por si próprias, principalmente após a revolução industrial,
são arrepiantes.
Sua
entrevista ao jornalista Roberto D´Ávila foi uma das melhores matérias
produzidas pela mídia televisiva.
Quem
não viu... Procure ver o que vai além da imagem, o momento inserido num
contexto histórico.
Um
profissional que vai ficar para a posteridade.
Gabriel
Novis Neves
16-10-2014
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