Qualquer
intervenção cirúrgica - por menor que ela seja - se afigura para nós como uma
perspectiva de finitude.
Quer
queiramos ou não, a nossa mente fica povoada de pensamentos negativos, todos
filiados à interrupção da nossa estada no conturbado, porém delicioso, planeta
Terra.
Somos
contraditórios na nossa essência, pois passamos
repetindo que “a vida é um vale de lágrimas” (conceitos passados por
várias religiões) e que só a morte nos elevará a planos superiores de vida.
Mas
tudo isso é puro blá-blá-blá, uma vez que gostaríamos mesmo é da imortalidade.
Isso é tão verdade que a sociedade criou para uns poucos privilegiados que se
destacam dos demais, a chamada “Academia dos Imortais”.
Pessoalmente,
mesmo encarando a morte como o final de um ciclo de vida, tento conviver com
ela de uma maneira tranquila, mas tomo meus cuidados para postergá-la ao máximo
possível.
A
quantidade de energia vital e de projetos promissores para um futuro próximo é
o que mantêm acesa a chama de vida que todos carregamos.
Creio
plenamente que a morte natural só ocorre com a desistência, quando desaparecem
as perspectivas do aparecimento de novos pontos luminosos.
Acho
que esse é o momento decisivo, quando o futuro não mais se apresenta em nenhuma
outra dimensão.
Tal
como os elefantes, creio que algumas poucas pessoas conseguem atravessar esse
estágio de percepção e, aí sim, partem tranquilamente para o tudo ou nada.
E
pensar que toda essa divagação ocorreu pelo simples procedimento de colocar um
marca-passo...
Gabriel
Novis Neves
23-10-2014
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