quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Rio e seu charme


 “O Rio de Janeiro continua lindo...”. Suas belas mulheres, bem mais despojadas do que as de outras partes do Brasil, combinam com a natureza exuberante das praias e das montanhas que tornam o Rio uma das mais belas cidades do mundo.
O carioca nos passa a impressão de liberdade. Despojado, alegre, comunicativo e belo. Talvez influenciado pela exuberante natureza que cerca a cidade, o carioca leva o seu dia a dia com leveza, sem dar muito importância aos rígidos protocolos que toda sociedade quer impor.
E não estou falando só dos jovens. Grupos de aposentados enchem as praias diariamente em busca de exercícios e, principalmente, de convívio social.
O carioca recebe pouco em casa; a praia é a sua grande sala de visitas.
Basta sair do casulo para ser envolvido pelo brilho e pela luminosidade que invadem esta cidade.
Com uma população extremamente comunicativa e cordial, logo amigos inesperados são feitos, o que faz com que o visitante se sinta imediatamente querido e à vontade.
Aliás, este aspecto foi uma das coisas mais observadas pelos turistas que aqui estiveram para a última Copa do Mundo.
Triste é apenas ver como uma cidade tão bela foi contaminada pela onda de abandono, empobrecimento e descaso que afetaram algumas outras cidades do mundo.
O medo da violência das ruas é visível e, ao anoitecer, os que antes se deleitavam com os passeios noturnos à beira do mar, se recolhem aos seus lares ou vão para bares e restaurantes, lotados nos fins de semana.
O desnivelamento social é patente dada à proximidade entre bairros de maior e de menor poder aquisitivo, numa tentativa democrática nem sempre bem aceita por ambos.
Em decorrência desse abismo social são comuns os casos de pequenos furtos, mesmo durante o dia.
Nos fins de semana escaldantes do alto verão, são comuns os arrastões nas praias, o que afasta a “bela garotada de Ipanema” de sua maior diversão.
Apesar de todas essas mazelas o Rio continua sendo um grande polo cultural – cinemas, teatros, exposições de arte, shows e concertos.
Sob esse aspecto a melhora é incontestável.
Como em outras tantas grandes cidades mundiais, o empobrecimento é visível. Apesar da personalidade extrovertida do carioca, se observa um ou outro ar preocupado no semblante das pessoas.
Uma cidade que, apesar de deslumbrante, clama por cuidado e atenção.
Senti-me, nesses dias em que lá estive, como se estivesse em Los Angeles, circulando apenas de carro, com ruas quase vazias sempre que o sol se esconde.
Entretanto, o Rio continua lindo. Imbatível!
O carioca, no aguardo de dias melhores, em que todos possam desfrutar tranquilamente de suas belezas, vai levando a vida ao estilo de Zeca Pagodinho: “deixa a vida me levar, vida leva eu, sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu...”.

Gabriel Novis Neves
18-11-2014

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