Continua
sendo tratado como grande tabu social o ato de interromper uma gravidez.
Houve
avanços. O maior deles foi a transferência desse assunto das páginas policiais
para as da saúde pública.
O
Ministério da Saúde, da Defesa da Mulher, o Conselho Federal de Medicina, as
Universidades e, principalmente, os médicos que trabalham no SUS, conhecem a
gravidade do assunto.
Pelos
jornais, redes de televisão, mídias sociais, ficamos escandalizados com o
número de mulheres que morrem praticando o aborto, dito clandestino, em
clínicas que se prestam a isso.
Essas
clínicas só existem porque esse procedimento é proibido, tornando-se um dos
mais graves problemas de saúde pública do nosso país.
Outro
problema relacionado à sexualidade humana, o casamento entre pessoas do mesmo
sexo, já foi resolvido. Esta união já foi aprovada pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) e é legal perante a lei dos homens.
Homofobia
é crime. Homossexuais, transformistas e travestis são aceitos pela sociedade e
vistos como um tipo de manifestação do gênero humano.
A
questão do aborto é mais complicada de resolver, pois a reivindicação para a
sua descriminação não atinge todas as classes sociais, como nos casos
anteriores.
As
mulheres em boas condições financeiras sempre praticaram o aborto, livres de
qualquer risco que coloquem em perigo a sua vida terrestre.
As
de pequeno poder aquisitivo, ou mesmo aquelas sem nenhum recurso, ficam
sujeitas às “clínicas clandestinas” ou em casa, onde os riscos de complicações
fatais são enormes.
Nestas
duas últimas décadas o percentual de óbitos maternos em virtude do aborto foi
alto, o que acarreta a permanência prolongada em UTIs do SUS, acabando por
criar outros tipos de problemas sociais.
Muitos
se negam a discutir esse grave problema. E ele existe em função da baixa
escolaridade e pela falta de diálogo entre os pais e a escola acerca desse
assunto. Gerando, com isso, um dos maiores problemas em saúde publica,
envolvendo milhões de reais em inócuas despesas hospitalares.
Não
haverá passeatas como a “Parada Gay”, que consegue arregimentar todos os
segmentos sociais, inclusive com apoio dos políticos.
As
mulheres, especialmente as mais jovens e pobres, continuam morrendo
criminosamente, aterrorizando a nossa hipócrita população.
Com
um programa continuado de educação, abrangendo pais e escolas, acredito que
possamos avançar na solução desse problema que tanto nos incomoda.
Neste
momento só a credibilidade e sensibilidade do Papa Francisco poderá minorar
nossa dor humana sobre a gravidez não desejada.
Gabriel
Novis Neves
09-11-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.