domingo, 19 de junho de 2011

Preço de uma cantada

Em Nova York, o preço de uma cantada, gracinha ou toque inapropriado em uma camareira de hotel cinco estrelas, geralmente termina com polícia, cadeia, fiança, e perda do cargo do agressor.

Segundo pesquisas, os casos de estupros são raros. O mais comum é o assédio.

As camareiras desses hotéis de luxo, para se protegerem desses aborrecimentos, usarão daqui prá frente, dispositivos eletrônicos chamados de “botões de pânico,” que podem ser acionados imediatamente.

Se a moda pegar nos hotéis, seria bom fazer uma experiência com esses botões em órgãos públicos e privados daqui, como teste de eficiência.

Logo, logo, a bancada evangélica apresentará no Congresso Nacional, um anteprojeto autorizando o Executivo a criar o Ministério dos Botões de Pânico.

Acho difícil a sua aprovação, embora fosse uma oportunidade rara da participação do Brasil em um programa de moralização internacional.

Os hotéis das cidades sedes da Copa 2014 seriam ideais para esse tipo de experiência.

Seria mais uma conquista da ex-Cidade Verde, das antigas calçadas - salas de visitas.

Único problema que me preocupa: o instrumento é eletrônico, e a nossa capital passa por dificuldades quando utilizamos os nossos equipamentos eletrônicos.

O sinal da Internet, por exemplo, é considerado prêmio de loteria. Fica tanto tempo ausente, que muita gente está fazendo gambiarras para, com dificuldade, tentar conseguir o sinal salvador.

O celular então, nem se fala, porque não fala mesmo.

Aqui, quando os botões produzirem o alarme, provavelmente o infrator já estará em Paris despachando nos escritórios do FMI.

Agora, cá pra nós - tá um absurdo o preço de uma cantada em Nova York. O ex-Diretor do FMI pagou, só de fiança, um milhão de dólares, e ainda perdeu o emprego.

Gabriel Novis Neves

09-06-2011

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