segunda-feira, 21 de outubro de 2024

SEMANA DE FESTAS


Entramos na ‘semana de festas’ para a nossa família.


No sábado minha neta caçula, que é médica, irá se casar com Lucas, seu colega de faculdade.


Alguns virão de fora, como a mãe e irmã do Lucas, do Rio de Janeiro, e de Portugal, sua prima Bruna com o filho Lourenço.


No sábado passado minha filha escolheu a roupa que irei comparecer aos eventos do casamento civil e religioso.


Terça –feira haverá um jantar de confraternização familiar no apartamento do meu filho Ricardo.


A cozinha deverá ficar por sua conta e do seu sogro Mauro Arantes, craque na preparação de quitutes saborosos.


Na 5ª feira o casamento civil será realizado no salão de festas do prédio onde mora minha neta Isabelle, seguido do jantar preparado por um buffet.


Sábado será o grande dia, com o casamento religioso no santuário de Nossa Senhora Auxiliadora.


Meus três filhos e três netas casaram lá, e são muito felizes.


Minhas duas bisnetas levarão as alianças e meus dois bisnetos participarão do cortejo nupcial.


A bisneta de cinco meses comparecerá nos braços da mãe.


A igreja deverá estar lotada, pois o casal é muito querido na nossa cidade.


O exercício da medicina propiciou a eles uma maior aproximação com a sociedade cuiabana.


Após a cerimônia religiosa os noivos receberão os cumprimentos em um buffet da cidade, seguido do jantar juntos aos seus pais.


Haverá música boa para dançar e bebidas.


Essa festa se prolongará até o dia clarear,


Está programada para ser uma ‘festa de arromba’.


Muitos sairão do buffet direto para votar nas eleições para a prefeitura de Cuiabá, para só então descansarem até às quatro da tarde, início da apuração.


A tradicional ‘lua de mel’ será em um pequeno país ‘perdido’ na Ásia, banhado pelo oceano Índico, onde tudo é muito caro.


A religião predominante é o islã.


O mundo evoluiu, os valores são outros, mas a tradição do casamento da noiva vestida de branco, véu e grinalda, com a lua de mel bem distante, continua.


Que sejam felizes e com muitos filhos, são meus votos.


Gabriel Novis Neves

21-10-2024




domingo, 20 de outubro de 2024

SINTONIA DE RÁDIO


Recebi de um empresário de comunicação um convite que me fez lembrar dos primórdios do rádio, quando aos domingos na hora do almoço escutávamos a ‘crônica da cidade’.


Ouvia Rabelo Leite, Alves de Oliveira, Paulo Zaviaski, Brunini, entre outros pela Rádio A Voz do Oeste, a pioneira.


O jovem empresário me propôs que escrevesse uma crônica que não fosse longa, falando de Cuiabá e meus amores.


Ele contrataria um locutor para a leitura em sua plataforma digital, que tem centenas de seguidores.


Iria procurar também patrocinadores.


Dando certo esse projeto, sobraria um dinheirinho para mim, que sempre é bem-vindo.


Tenho quase quatro mil textos publicados, e nunca recebi nada por esse trabalho.


Quanto maior o número de acessos na plataforma da crônica, melhor o rendimento para o autor do texto lido.


Foi um convite diferente que recebi, e pretendo atender logo ao pedido.


Com esse dinheiro recebido, abrirei uma conta na poupança, pois não sei o que poderá me acontecer nos próximos anos.


A vida é longa cheia de imprevistos, onde é proibido adivinhar.


Gosto de tudo de Cuiabá.


Do seu povo gentil e acolhedor de fala peculiar.


De suas ruas, com subidas e descidas, estreitas e curtas, sem saída.


Seus becos, morros, largos.


Com seus apelidos gostosos: rua de Baixo, do Meio, de Cima, do Campo, da Fé, da Piçarra, da Esperança, do Cemitério, do Baú, da Lixeira, da Boa Morte, do Colégio dos Padres, do Areão, do Mundéuzinho, do Araés, do Quilombo, do Caixão, Lava-pés.


Becos como: o Alto, o Torto, o Estreito, o do Urubu, o Quente, o Sem Saída, o do Candeeiro.


Morros como: o da Prainha, da Luz, do Tambor, do Coxipó.


Largo da Matriz, da Mandioca, o Jardim, Campo d´Ourique.


Rio Cuiabá, cortando a cidade e o do Coxipó.


Assim como as pessoas, todos os seus lugares públicos eram conhecidos pelos seus apelidos.


Esses são os amores da minha Cuiabá.


Gabriel Novis Neves

21-04-2024




sábado, 19 de outubro de 2024

PIPOCA


Conheci pipoca na carrocinha que ficava estacionada em frente ao bar do meu pai e na porta do Cine Teatro Cuiabá.


Era vendida em saco de papel pequeno e grande, bem salgadinha.


A meninada da minha época assistia a sua fabricação e sempre consumia.


Essas carrocinhas expandiram para as portas das escolas, e bem mais tarde para dentro da cidade universitária.


No escuro do cinema era comum se ouvir o barulho da mastigação dos milhos da pipoca.


Comprava-se o ingresso para o cinema com um saco de pipoca na mão.


Quando foi instalada a universidade federal no Coxipó da Ponte, logo apareceu a carrocinha de pipoca.


O pipoqueiro, que até hoje tira o seu sustendo da venda da pipoca, teve todo o apoio da reitoria.


Trabalha, inclusive à noite, e a carrocinha é guardada nas dependências da universidade.


Isso despertou a curiosidade de alunos e professores, que ficaram seus amigos.


Certa ocasião, recebi fotografias do pipoqueiro e sua carrocinha, no lugar onde ficava após o término das aulas da noite.


Um professor, que ficou muito amigo do vendedor, sendo inclusive seu ‘biógrafo’, colocou-o em ‘vídeo e voz’ para um papo comigo.


Fiquei sabendo de fatos que nunca imaginei, bastante gratificantes para mim, como por exemplo, a sua permanência na cidade universitária e como tudo começou na vida desse ‘migrante e pobre’.


Tenho em casa sempre o milho de pipoca, e em ‘casos especiais’ peço a cuidadora de plantão que prepare uma vasilha para mim.


É quando, encostado na cabeceira da cama amparado por três travesseiros, assisto pela TV, as partidas do meu ‘time do coração’ e o de ‘adoção bairrista’.


Pipoca gostosa é bem salgadinha, e não vejo quando a travessa se esvazia.


Em jogo difícil, peço bis, e termino com a outra quantidade sem perceber.


Durmo bem e só vou me lembrar das pipocas salgadas quando vou pesar e constato aumento do peso produzido pela retenção de líquidos pelo sal da pipoca.


Prometo que não irei mais pedir pipoca salgada, mesmo que o ‘meu time esteja sofrendo’.


Gabriel Novis Neves

12-07-2014




VISITA DO BISNETO


O dia já estava escuro quando o meu bisneto de três anos terminou a sua ‘aula de evangelização’.


Assim teve um tempinho para visitar o biso.


Carismático ao extremo, é sempre bom conversar com ele.


Perguntei o que tinha ganhado do seu biso de presente de aniversário.


Sem raciocinar respondeu: nada!


Risos pela inteligência e sinceridade do guri.


Nunca comprei presentes para os meus: era sempre a Regina.


Com o seu desaparecimento há dezoito anos, assumiu essa tarefa a minha filha Monica.


Ela realmente não teve tempo para comprar o presente para o meu bisneto.


Esperava o ‘almoço da família’ para que eu o entregasse, com bolo ‘e vela com a sua idade’ para assoprar, cantar os parabéns a você e fotos para posteridade.


Por pura curiosidade perguntei ao pirralho de três anos, o que ele gostaria de ganhar.


Mais uma vez sem pestanejar disse: um Porsche!


Para provocá-lo insisti: qual a cor do brinquedo.


Quero um ‘preto de verdade’, igual ao do meu avô.


Esse presente o biso não tem condições de lhe dar — respondi.


Silêncio.


Perguntei se era verdade que ele gosta de mamar dormindo.


Respondeu mostrando com os dedos da mão que pedia só um tiquinho.


Meu bisneto tem uma agenda puxada durante o dia, com muitas aulas particulares.


No próximo ano inicia a frequentar o ‘jardim da infância’.


Pelo jeito será músico, pois toca bateria e gosta de violão.


Outra opção seria a de ser piloto de ‘Fórmula 1’.


Eu dou a maior força para que esse seu sonho infantil se concretize.


Se for músico curará a frustração do seu biso, de não saber tocar um instrumento musical, embora possua guardado um violão novinho.


A cuidadora trouxe o meu lanche numa mesinha de acrílico, que saboreio deitado na cama, com as costas encostada na cabeceira.


Ele se retirou com a mãe e a babá para pegar a sua irmãzinha de sete anos da aula de balé.


Antes uma bateria de fotos foi feita, com ele me abraçando e beijando na minha cama.


Senti como sou feliz!


Gabriel Novis Neves

22-05-2024




sexta-feira, 18 de outubro de 2024

JUSTIÇA


Em uma sociedade sempre existiram os ‘exaltados’ e os ‘esquecidos’.


Gostaria de ‘exaltar’ um dos ‘esquecidos’ na figura do padre Raimundo Pombo.


Corumbaense de nascimento e cuiabano de coração.


Salesiano e educador, exerceu o magistério por longos anos.


Esportista, teatrólogo, escritor, instruiu gerações de mato-grossenses.


Corajoso, deixou a batina para participar da política partidária.


Candidato às eleições majoritárias, obteve votações extraordinárias.


Morreu pobre e esquecido dos seus ‘amigos’ políticos, acompanhado do seu irmão padre Nelson, no colégio salesiano do Coxipó da Ponte.


Vítima de um grave acidente vascular cerebral, quando morava sozinho em um apartamento no edifício Maria Joaquina, no centro de Cuiabá.


Padre Pombo não tinha recursos nem aposentadoria.


O então governador Júlio Campos encaminhou mensagem à Assembleia Legislativa propondo quatro salários mínimos de aposentadoria ao padre Pombo.


Ele precisava pagar um cuidador vinte e quatro horas por dia, um fisioterapeuta diário e os medicamentos sempre caros.


Alguns ex-alunos completavam o que faltava.


Padre Pombo tinha uma saúde de ferro, nunca adoeceu, acreditava na ‘ação milagrosa do ozônio’, praticava esportes e era o ‘dono’ do Conselho Estadual de Educação.


Quanto serviço prestado como presidente do conselho estadual de educação!


Ajudou na viabilização do ensino superior em Mato Grosso.


Era um entusiasta das artes cênicas, sendo ator, diretor e produtor de peças teatrais.


Ele presidente do conselho estadual e eu secretário de educação, percorremos o Estado.


Íamos ao MEC em Brasília, onde ele era muito conhecido e respeitado, especialmente no fundo nacional do desenvolvimento da educação (FNDE) para ‘vender’ os nossos projetos.


Participamos de Congressos Nacionais de educação em vários estados brasileiros.


O padre Pombo é um dos nossos vultos históricos, esquecido e ignorado pelas gerações atuais.


Gabriel Novis Neves

12-09-2024






quarta-feira, 16 de outubro de 2024

DINHEIRO BOM


Com essa poeira que insiste em não deixar o nosso céu, os aparelhos de ar-condicionado do apartamento ficam entupidos, necessitando da ajuda de um técnico.


Tenho um excelente profissional que me socorre há anos.


Enquanto ele mexia no aparelho eu o observava deitado na cama do meu dormitório.


Puxei conversa com ele, e fiz-lhe a seguinte pergunta:


- Você deve ganhar uns trinta mil por mês, né?


Ele, trepado na escada, sem olhar para mim respondeu:


- ‘Um pouquinho mais.


Sou o responsável pelos aparelhos de dois shoppings e recebo mensalmente de cada um: dez mil reais.


Tenho vários clientes que me pagam um valor fixo por mês, de acordo com o número de aparelhos.


O restante são atendimentos avulsos como este que faço em seu apartamento.


Trabalho todos os dias da semana, sábados, domingos e feriados, a qualquer hora’.


Fiz os cálculos com base no valor da sua visita técnica e respondi que ele faturava mais de quarenta mil reais por mês.


Ele não me respondeu e continuou a fazer o seu serviço.


‘A gente tem que trabalhar bastante quando é moço e tem saúde.


Com a idade avançada não vou poder trabalhar trepado numa escada.


Vou me aposentar pelo INSS que é pouco para educar os meus filhos’.


Esse técnico é autodidata, e veio do Nordeste para ganhar a vida em Cuiabá.


Foi ser ajudante de um técnico em refrigeração, e ninguém lhe ensinou essa arte, que em pouco tempo lhe deu um ‘salário de marajá’!


Construiu a sua casa própria, tem automóvel e caminhonete e uma boa poupança.


Não possui curso médio ou superior, nunca procurou deputado ou vereador para conseguir ‘uma boquinha no serviço público’.


Esforço, boa vontade, inteligência e sorte, sempre ajudaram aqueles que trabalham honestamente.


Aprecio os vencedores, que ganham um dinheirinho bom, trabalhando honestamente.


Gabriel Novis Neves

14-09-2024




terça-feira, 15 de outubro de 2024

FIGURAS HISTÓRICAS


Ladrões estão saqueando também bustos de personalidades alocados em praças da capital.


Sua última proeza foi o de retirar o busto de bronze do Dr. Alberto Novis da praça que empresta o seu nome, entre a rua de Baixo e o beco do Candeeiro.


Deixaram vazia a pilastra de concreto!


Conversando com o historiador Francisco, que não é cuiabano de nascimento, mas por opção de vida, e conhece todos os cantinhos da nossa cidade, ele me relatou que o ato de vandalismo se repetirá.


Ele teme pelo desaparecimento do busto do Barão de Melgaço, na praça do Porto e de Filinto Muller da praça em frente do Choppão.


O bronze é derretido e vendido, sendo todo o processo da responsabilidade dos ladrões.


O crime está infiltrado nos mais diferentes setores da sociedade brasileira.


Pense em um, e lá estará um dos seus membros.


Cuiabá é uma cidade que não cuida de preservar suas figuras históricas.


O historiador Estevão de Mendonça, pai de Rubens de Mendonça, cunhou uma frase que ficou para a história.


‘Quem morre em Cuiabá morre duas vezes, da morte morrida e a do esquecimento’.


O Francisco, nosso historiador, sugere que a Academia Mato-grossense de Letras, chamada de Casa Barão de Melgaço, traga o seu busto da praça do Porto para os seus salões como meio de preservá-lo.


Já o de Filinto Muller é melhor transferi-lo para o Choppão, onde será mais visitado que na praça 8 de abril.


Outro problema histórico que somos vítimas é a mudança de nomes dos logradouros públicos.


Fato curioso é a praça Manoel Miráglia que foi trocada por Ayrton Senna, e renomeada para Manoel Miráglia, em 2007.


Fica no início da avenida que vai para o hospital Jardim Cuiabá, hoje Complexo Hospitalar.


Nossos governantes não têm compromissos com a história.


Gabriel Novis Neves

13-10-2024




segunda-feira, 14 de outubro de 2024

ASSUNTOS PARA ESQUECER


Política e futebol são mananciais eternos para quem escreve!


Passo ao longe desses assuntos que estão recheados de fake-news e inimizades, mesmo de familiares e amigos próximos.


Depois das eleições os jornais estão repletos de ‘fofocas’.


Os ‘podres sociais’ ficam boiando como num vaso sanitário cheio.


Assassinatos fazem parte da história política mundial, e acontecem até nos países mais desenvolvidos do mundo, como os EUA.


As mídias sociais após as eleições, circulam com agressões aos candidatos perdedores com uma virilidade incrível, jogando uns contra os outros.


Envolvem mãe de deputado com candidato derrotado e seus padrinhos políticos.


Os antigos diziam que a política não é para amadores, e sim para profissionais, que se dão muito bem no seu exercício.


Temos ainda três semanas em que os ‘podres’ e ‘traições’ estarão em alta nas mídias sociais.


Depois, tudo voltará a normalidade com as cicatrizes dos embates.


Haverá o fisiológico troca-troca de partidos, e o ‘inimigo’ de ontem será o ‘amigo’ de hoje.


Lembro do antigo ditado: ‘política é a ‘arte’ onde tudo é possível’, e só não pode é perder a eleição.


No futebol a fofoca reina e jogadores demitem os técnicos.


Os jogadores se consideram verdadeiros ‘deuses’ e os clubes são ‘nações’.


Tudo sustentado pelos famosos cronistas esportivos especialistas em fazer prognósticos.


Um dos mais conceituados jornalistas esportivos todas as semanas escreve seu ‘palpite’ para os jogos do campeonato brasileiro.


Erra mais que acerta e continua sendo o ‘tal’.


O grande trabalho atual dos cronistas esportivos é provar que um veterano jogador ‘do mais querido do Brasil’ é bem melhor que o técnico da seleção brasileira, das Copas da Rússia e Catar.


E como tem gente que entende de futebol!


O número de mulheres narrando e comentando os jogos aumentou muito.


Na política e futebol rola muito dinheiro mesmo, e tudo acaba no dia seguinte, para a nossa sorte.


Gabriel Novis Neves

09-10-2024




domingo, 13 de outubro de 2024

UM BUSTO PERDIDO


A praça que hoje abriga o busto do doutor Alberto Novis, entre a rua de Baixo e o Beco do Candeeiro, em Cuiabá, já foi o casarão de dona Euphrosina Hugueney de Mattos, comerciante de produtos importados.


Depois sediou o jornal ‘O Social Democrático’ e era o local onde o senador Filinto Muller atendia a população quando vinha à Cuiabá.


No espaço também funcionou o Armazém Amui e outros estabelecimentos comerciais que marcaram essa época.


Em 1970 a residência ficou abandonada e, com o passar dos anos, começou a ruir, dando surgimento à praça.


Com a demolição do velho e lindo sobrado colonial, construído de adobes, abriu-se um clarão no local.


A prefeitura limpou o local e construiu uma pracinha na administração Vilanova Torres que leva o nome do meu avô, e foi o primeiro otorrinolaringologista de Mato Grosso.


O médico prestou grandes serviços à população cuiabana.


Foi deputado estadual de 1908 a 1912, tendo publicado diversos artigos, e foi também reconhecido como jornalista.


A família encomendou o busto, já que a prefeitura não possuía recursos.


O local é equipado com câmeras filmadoras e vigiada por funcionários da prefeitura.


Não é a primeira vez que ladrões arrancam o busto de bronze para ser derretido e vendido.


Os autores da façanha nunca foram punidos ou encontrados.


Os responsáveis pelo patrimônio histórico e cultural alegam falta de recursos para repor o busto roubado.


Triste com o acontecido, li que o busto de bronze de Nelson Rodrigues foi roubado do mausoléu do cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.


É comum em todo o Brasil o roubo de bustos das praças públicas e cemitérios, mesmo com 45kg de bronze, e arrancados com pé de cabra.


Se a família do homenageado quiser, que contrate um escultor para fazer a obra.


E os ladrões nunca são encontrados.


Esquisito, né?


Gabriel Novis Neves

10-10-2024





sábado, 12 de outubro de 2024

ACABEI ESCREVENDO


Acordei hoje com o firme propósito de não escrever absolutamente nada e me dedicar à leitura.


Tenho um bom estoque de crônicas que me oferece condições para esse descanso.


Para minha surpresa, o meu "laptop" não estava funcionando.


Tentei os ‘métodos caseiros’ para corrigir essa pane eletrônica e não consegui.


Apelei para a minha Operadora e só fui atendido por robôs, ficando no ‘mato sem cachorro’.


Repeti o chamado por várias vezes sem sucesso.


Gostaria de escrever elogiando a operadora, mas sempre quando preciso o resultado é negativo.


O sinal da internet enfim voltou, e vou concluir a minha crônica com outro assunto.


Sábado será feriado Nacional.


Dia de Nossa Senhora Aparecida padroeira do Brasil, e Dia das Crianças.


Meu sábado será sem crianças, pois não haverá o ‘almoço da família’.


A cozinheira ‘respeitará’ o feriado e não aparecerá por aqui.


Agora só na segunda-feira, se não chover.


Nossa cidade está em festa e o bairro Praieirinho alvoroçado.


O jogador que marcou o gol de empate do Brasil no jogo de quinta-feira da seleção brasileira contra o Chile, é morador de Cuiabá.


O gol da virada foi de Luís Henrique, ambos titulares do Glorioso.


Para os botafoguenses de todo o Brasil, ‘o sextou’ foi feriado com a façanha de dois dos seus jogadores.


Falta o técnico da seleção, que está prestes a cair, escalar mais três do Bota, número de jogadores dos campeonatos mundiais da Suécia e Chile, onde Pelé não jogou lesionado no primeiro jogo.


A casa onde moram os pais do Igor Jesus fez a alegria da ‘grande imprensa’, que entrevistou, filmou e fotografou todos os presentes vestidos com a camisa do Botafogo.


Em breve eles mudarão da sua casa em bairro simples da cidade para uma mansão em condomínio elegante.


Igor Jesus tem apenas 23 anos de idade, muito futebol pela frente e salário de 500 mil reais por mês.


Valorizado, seu salário triplicará no ano que vem, com certeza.


Gabriel Novis Neves

11-10-2024




sexta-feira, 11 de outubro de 2024

CONTADOR DE HISTÓRIAS


Confesso ter relatado que agora gosto muito de contar histórias.


Quando criança a minha mãe inventava histórias para eu dormir.


Crescidinho, eram as funcionárias da minha casa, mais da casa do meu avô, que faziam esse papel.


Daí o despertar para escrever histórias, já que não tenho crianças para me ouvir.


A cuidadora de plantão ao meu lado, leu no computador que eu gosto de contar histórias.


Quis saber por antecipação qual seria a história.


Disse que seria uma história verdadeira acontecida no dia 8 de maio de 1945, e eu tinha 10 anos de idade.


Ela disse que nessa data, nem a sua mãe havia nascido.


Foi o dia que terminou a segunda grande guerra mundial com a derrota do nazi fascismo na Europa.


Esta é a verdadeira história que escrevo hoje.


A data de 8 de maio de 1945, me marcou fortemente por estes acontecimentos:


01. Fim da 2ª Guerra Mundial com a vitória dos ‘pracinhas cuiabanos’, que combateram em território italiano, vencendo batalhas.


02. O povo cuiabano nas ruas comemorando a vitória, mesmo com perdas de seu efetivo de soldados.


03. O dia que toquei o sino da Catedral, sem permissão do Arcebispo de Cuiabá.


04. Foi quando mais fritei pastel para o bar do meu pai.


Foi uma festa em Cuiabá, após o locutor da Rádio Nacional do Rio de Janeiro Heron Domingues, anunciar que a guerra tinha acabada.


Foguetório na cidade, bares lotados, muita gente na rua, carros buzinando.


Estava no bar levando salgadinhos feitos por minha mãe.


Encontro meu colega de Grupo Escolar e da Catedral, o saudoso Carlos Eduardo Epaminondas.


Ele me convidou a tocar os sinos da igreja.


Tinha saído da sua casa, e a Rádio Nacional pedia para que todas as cidades do Brasil tocassem os seus sinos em regozijo pela paz mundial.


Eu e ele frequentávamos a Catedral, ajudávamos os padres celebrarem as missas, rezas, pegávamos brasa para o turíbio na casa da dona Elza Nigro, que ficava atrás da igreja.


Nunca subimos à torre para tocar sinos, por temer lutar com os morcegos, mas naquele dia tomamos coragem cívica e tocamos os sinos, em número de 3.


Quando os sinos da Catedral tocaram, as outras igrejas fizeram o mesmo.


O Palácio do Arcebispo queria saber quem deu as ordens para as igrejas da cidade.


Logo descobriram que foi a alegria de dois meninos de dez anos.


Retornei ao bar do meu pai, e este pediu que voltasse para casa, pois os salgadinhos haviam sido consumidos.


Prossegui fritando pasteis e levando para o bar, até terminar a massa da minha casa.


Essa é mais uma história verdadeira ocorrida há 79 anos.


Gabriel Novis Neves

24-09-2024




quinta-feira, 10 de outubro de 2024

VENTANIA COM CHUVA


Enquanto o ‘furacão Milton’ assola os Estados Unidos da América do Norte e causa destruição e morte por onde passa, a ventania de hoje impediu a minha sesta.


Sabia, por experiência passada, que após um longo tempo de estiagem, as primeiras chuvas vinham antecipadas por fortes ventanias.


Meu dormitório fica embaixo do jardim da minha cobertura.


Além do barulho na janela, vasos de plantas rolavam e eram derrubados pela força da natureza.


Ouvi em silêncio a água da chuva batendo na minha janela.


O ‘pampeiro’ tão esperado de ventania e chuva logo desapareceu.


Abri a janela e o asfalto estava úmido, sem ventania.


Liguei a televisão temendo danos na antena externa, que me impossibilitaria de assistir ao futebol.


O calorão continua a nos castigar com 38º em casa, o sol escondido entre nuvens claras e carregadas, anunciando novas pancadas de chuvas.


A tarde acabando e nós ficamos rezando para que caia mais água, pelo menos para apagar os incêndios.


Cuiabá sofre com as elevadas temperaturas e o calor das queimadas que incendeiam nossa periferia.


A ‘glamurosa’ Chapada dos Guimarães está com o fogo invadindo seus condomínios.


O tráfego de veículos foi quase interrompido, especialmente no Portão do Inferno, com obras para não ruir.


Cuiabá era uma cidade que chovia tanto, que todas as crianças da minha geração sabiam das mandingas para parar de chover.


Também nos orientávamos pelas chuvas: tinha a chuva da manga, do caju, dos ipês.


Teremos o ‘verde novo que irá alegrar nossos olhos’.


Fico pensando por que a natureza é tão desigual!


Enchentes, raios, geadas, queimadas, furacões, tremores de terra.


No início tudo era previsível, distribuído nas quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.


No mundo globalizado, qualquer ‘má criação’ feita à natureza em algum ponto do universo, sentimos a sua resposta.


As geleiras da Antártida estão descongelando, o que não é bom para nós.


A ganância dos homens e países por bens materiais alterou o nosso clima.


O meu jardim agradece esse ‘chuvisco’ de hoje após o almoço.


Gabriel Novis Neves

09-10-2024





quarta-feira, 9 de outubro de 2024

RESSACA DE NÚMEROS


Depois de 24 horas ouvindo e lendo os números das apurações das eleições municipais 2024, foi difícil abrir o computador para escrever.


Meu cérebro está inundado por números e nomes de todo o país.


No final do mês terei novo trabalho cívico de votar na eleição do 2º turno para prefeito de Cuiabá.


Domingo sem futebol foi uma nova tentativa de ‘torcer’ para os nossos candidatos.


Recostado na cama acompanhei as eleições de Cuiabá pelo site do Tribunal Regional Eleitoral pelo meu celular.


A televisão estava centrada na apuração dos votos de São Paulo e outras grandes capitais.


Enfrentamos muitas emoções nas eleições de Cuiabá para a escolha do segundo candidato, que irá disputar o segundo turno, contrariando os analistas políticos e todos os resultados dos institutos de pesquisas.


A diferença de votos entre eles foi mínima, provando a ‘incompetência’ ou ‘patrocínio’ das pesquisas pré-eleitorais.


Muitos afirmam que houve uma zebra nestas eleições, pois ninguém acreditava nesse resultado.


Aos perdedores resta ‘lamber as feridas’ de uma derrota eleitoral.


Na cidade de economia mais poderosa do Brasil que é São Paulo, as urnas confirmaram os dados das pesquisas, com três candidatos ‘empatados tecnicamente’.


Só dois irão disputar o segundo turno.


Há muito tempo desisti de acompanhar os noticiários da televisão.


São os de sempre apoiando, subliminarmente aqueles que estiverem no poder e faturando.


Como envelheceram as ‘jornalistas apresentadoras’.


Não há motivos para essa decadência física precoce, pois são muito bem remuneradas.


Poderosas e temidas, falam quando querem com os mandantes deste país.


Moças bonitas perderam a juventude e se tornaram amadurecidas e feias.


Esqueléticas, enrugadas, davam pena.


E as eleições serviram para desmascarar os institutos de pesquisas de Cuiabá e seus jornalistas analistas.


Derrotaram também o mito de ‘transferência’ de votos.


Vem o 2º turno, e esperamos que a lição possa ser aproveitada.


Gabriel Novis Neves

08-10-2024