segunda-feira, 27 de outubro de 2025

TODO EXCESSO FAZ MAL


Acordei desorientado sem saber o que fazer após cinco feriados consecutivos — e ainda vem outro na próxima sexta-feira, arrastando o sábado e o domingo.

 

É curioso como os feriados interferem em mim!

 

Estou aposentado, com filhos criados, não saio mais de casa, e o único compromisso que tenho é não fazer nada — a não ser escrever uma crônica para o meu blog.

 

Mesmo assim, sinto-me envolto nesse clima de feriado.

 

E como ele me afeta.

 

Assim como tudo passa, porquê não passa esse meu sentimento com relação aos feriados?

 

Feriado é um dia triste, quase melancólico.

 

Falta-lhe a pujança dos dias úteis, que nos trazem emoções e cobranças: da mensalidade da Academia de Medicina ao boleto do Instituto dos Cegos.

 

Com as funcionárias, comunico-me por campainhas eletrônicas — uma no meu escritório, outra na copa.

 

Nos feriados, bastam alguns decibéis a mais. O silêncio ajuda.

 

Até a sessão de fisioterapia feita num feriado é diferente. Sinto-me mais relaxado do que nos dias normais.

 

O fisioterapeuta me relata sobre o quadro sanitário da cidade: uma calamidade. Focos de pneumonia ocupam leitos hospitalares.

 

Enquanto isso, discute-se o nome para o novo Hospital Central do Estado. Esse debate voltará com certeza, no próximo feriadão.

 

Da entrega da obra física até a primeira internação, na melhor das hipóteses, levaremos dois anos.

 

Projeto de mobiliário, aquisição de equipamentos, contratação de profissionais da saúde e servidores — tudo isso leva tempo.

 

Sem falar nos recursos financeiros para o funcionamento adequado.

 

Hospital é uma empresa dentro de várias empresas, e a sua administração é altamente complexa — ainda mais sendo uma unidade de referência no Estado.

 

Enquanto isso, seguimos enfrentando feriados no nosso cotidiano.

 

Gabriel Novis Neves

21-10-2025








Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.