Para agradar aos leitores envio minhas crônicas diárias por listas de mensagens no WhatsApp, sempre acompanhadas por uma flor do meu jardim.
À noite acrescento uma canção, de preferência da música popular brasileira.
O editor, por sua vez, capricha nas ilustrações — tão apreciadas pelos leitores que, muitas vezes, recebem mais comentários que as próprias crônicas.
O mesmo acontece com as flores que envio, sempre despertando encantamento.
À noite, para que não se esqueçam da leitura, escolho uma música do fundo do baú e compartilho.
Essas canções reavivam sentimentos adormecidos e, em resposta, recebo elogios pelo bom gosto.
Poucos, porém, acreditam que a música também mexe comigo.
Mantenho contato constante com o editor, que acompanha o número de acessos ao blog do Bar do Bugre para identificar as preferências dos leitores.
Tenho escrito uma série sobre os hábitos da antiga Cuiabá — tema que não desperta tanta curiosidade como esperava.
Ainda assim, o editor me anima a continuar, lembrando que a leitura não faz parte dos interesses da maioria dos jovens.
Já as flores, por outro lado, conquistam a todos.
Têm o charme de serem colhidas no jardim da cobertura do apartamento onde moro.
Não sou escritor de best-sellers.
Apenas gostaria de ser lido e comentado por metade dos amigos que recebem minhas crônicas.
Muitos pedem para ser incluídos na lista de envio, mas depois não leem, não comentam e ainda me cobram por não ter sequer um livro impresso.
Tenho, entretanto, o blog Bar do Bugre, de livre acesso, onde é possível pesquisar as crônicas publicadas desde 2009.
Ali já caberiam trinta livros, com cem textos cada.
É uma fonte inesgotável de leitura — e gratuita.
Aos noventa anos, continuo escrevendo duas crônicas por dia.
Só deixo de fazê-lo quando as preocupações da administração da casa me tomam o tempo e a serenidade.
Gabriel Novis Neves
10-10-2025
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