DIA DAS MÃES

Não vou escrever sobre essa data comercial, que ultrapassou em vendas o Natal.

Entendo como dia das mães todos os dias, e não o segundo domingo do mês de maio, para incrementar as vendas do comércio.

No dia reverenciado às mães, as velhinhas que estão sempre à procura de uma companhia, ‘são sequestradas’ nesse calorão, às vezes se arrastando atrás de um andador ou sentadas em uma cadeira de rodas.

Elas ‘precisam’ ser vistas pelo grande público das casas de comida.

É uma vez por ano dizem alguns para justificar o ‘sacrifício’.

E as mãezinhas alertam aos pais, que seu dia chegará com o mesmo ritual, um pouco menos intenso.

Na ocasião os velhinhos são ‘arrancados’ de suas casas para a exibição pública nos restaurantes apinhados de gente.

Só não apareceu ainda nesses lugares o ‘tio Paulo’, para ‘pagar as despesas’.

Por ser o dia das mães, é realizada uma festa profana de falsos valores morais e sentimentais, por isso comemoro o dia das mães todos os dias com muito carinho e amor.

Como médico ginecologista-obstetra tive a oportunidade de conviver com muitas mães novas diariamente, avós e bisavós, que são mães pela segunda e terceira vez.

Acho lindo ser mãe fora do dia das mães, onde o amor das crianças é incomparável ao amor dos adultos.

Acompanho o amor de uma bisneta com menos de uma semana de vida extrauterina, e a demonstração de carinho à sua mãe.

Não há presente maior para uma mãe do que a abertura dos olhinhos em sua direção.

E essa troca é feita diversas vezes ao dia, por muitos meses.

Só bem mais tarde a criança irá descobrir que existe o dia das mães, para ser comemorada com presentes materiais.

Ela vai demorar a entender esse dia das mães do segundo domingo de maio.

Adquiri o hábito de comprar presentes para o dia das mães do comércio.

Adulto, levará a sua mãe para almoçar em um restaurante de grande visibilidade.

Salve o 12 de maio, domingo das mães.

Gabriel Novis Neves

02-05-2024