São tantas as notícias ruins que nos chegam de todas as partes, especialmente do Rio Grande do Sul, que o melhor é escrever sobre coisas leves.
Presenciei e fui protagonista da maior enchente do rio Cuiabá em 1974, quando bairros ribeirinhos desapareceram da nossa cidade, produzindo inúmeros desabrigadas e castigando seriamente o aristocrático bairro do Porto, entrada principal de Cuiabá.
A represa do rio Manso corrigiu esse capricho da natureza.
As águas atingiram até a igreja de São Gonçalo, e o tráfego em toda a região era feito por canoas.
Produziu inúmeros ‘desabrigados que foram alojados pela Defesa Civil nas salas de aulas da UFMT’.
As casas dos bairros ribeirinhos foram transformados em um mundo de lama.
Uma tragédia isolada no isolado Centro-Oeste brasileiro.
Essa enchente nos fez lembrar do racionamento de alimentos e combustíveis, por ocasião da 2ª Guerra Mundial.
Nestes momentos de profunda tristeza, gosto de lembrar das ‘coisas curiosas’ da nossa cidade, como por exemplo —
01. O Marechal Engenheiro Sertanista, é conhecido em todo o Mundo, como Rondon.
Aqui em Cuiabá todos os reverenciam como Cândido Mariano.
02. Os dois locais públicos que têm seu nome foram obra do acaso.
A Comissão Rondon encarregada de levar comunicação de Cuiabá até Rio Branco (AC) pelos fios telegráficos em 1907, era composta por mais de 300 homes e 15 cachorros de estimação do sertanista.
Em 1909 com apenas 16 homens e nenhum cachorro chegou a Porto Velho.
No retorno para Cuiabá deveria chegar pela ‘rua da igreja’, ‘já Totó Paes’, cujo nome foi mudado às pressas para ‘Cândido Mariano’. Hoje é conhecida como a rua das óticas.
03. O Aeroporto Internacional de Cuiabá e Várzea Grande foi batizado como ‘Maria Thereza Goulart’.
Veio a revolução de 64 e os militares substituíram por ‘Marechal Rondon”!
04. Mato Grosso foi desmembrado ao norte, dando origem ao ‘Estado de Rondônia’.
05. Rondonópolis é uma importante cidade de Mato Grosso, sendo sede de uma Universidade Federal com curso de Medicina funcionando.
06. No Jardim Alencastro, existe um busto de Rondon e de diversas autoridades. Dia 5 de maio aniversário de nascimento de Rondon, umas quinze pessoas entre militares e civis, se reuniram para homenageá-lo.
07. No campus da universidade federal, no Coxipó da Ponte, os ‘Amigos de Rondon’, entidade civil, construíram em pedestal uma estátua de Rondon.
08. Foi candidato ao ‘Prêmio Nobel da Paz’, por indicação do Museu Rondon da UFMT.
Conheci o Marechal Rondon já velhinho, cabeça branca, vestido de branco, sentado na cadeira de balanço, na calçada da casa de seu amigo Álvaro Duarte, meu vizinho.
Parte da sua história, ouvi do meu avô Dr. Alberto Novis.
Morreu aos 92 anos no Rio de Janeiro, quando eu cursava o quarto ano do curso de Medicina.
Gabriel Novis Neves
10-05-2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.