segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A crônica abortada

O final do Campeonato Brasileiro de Futebol foi melhor do que o teste da esteira para diagnosticar lesões cardíacas. Com pequena exceção, para confirmar a regra, todos os times estavam disputando algo. Quatro decidiam o primeiro lugar do Campeonato Brasileiro. Outros quatro, vaga para a Copa Libertadores da América. Tinha a turma do Sul Americano e finalmente o grupo da permanência na primeira divisão, ou elite do futebol brasileiro.

O meu Bota estava neste grupo da morte. Durante eternos cinqüenta e cinco minutos amargurei o rebaixamento. Sofria e pensava como iria enfrentar a gozação do dia seguinte. E não é que o Fogão conseguiu energia de um cuiabano do Carumbé, para despachar duplamente o Palmeiras? Com “aquele” gol de cabeça o verdão de São Paulo perdia o campeonato e a vaga para a Libertadores. Ontem o Bota foi o caçador - após passar todo o campeonato na perigosa zona de rebaixamento.

Eu tinha na cabeça vários títulos para comentar o final do campeonato: “Deu zebra no Maracanã”, o “Beira-Rio é Grêmio”, “Cuca enterra o Flu”, “Outra vez Bota?”

Apito final. A crônica foi abortada espontaneamente. Pela primeira vez na minha casa todos comemoraram um resultado de futebol. Meus filhos são Flamengo, o meu irmão Fluminense e eu Botafogo.

Exausto com a sorte coletiva, cedo fui dormir - por cautela coronariana. Mesmo debaixo de pesada chuva, às cinco e trinta da madrugada estava na Academia de Ginástica testando a minha saúde física. O meu irmão “avecista”, que é Fluminense, nem o pacote de remédio noturno tomou - de tanta felicidade! Os meus filhos e neto de oito anos, embriagados pelo título, dormiram uniformizados de vermelho e preto.

Ufa! Que sofrimento! Agora - só no ano que vem.

Gabriel Novis Neves
07/12/2009

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