quinta-feira, 12 de novembro de 2015

40 anos


Participei, em parte, das festividades comemorativas aos quarenta anos de criação do antigo Centro de Ciências Agrárias da nossa Universidade Federal.
O encontro aconteceu no Teatro Universitário às 8:30 de um sábado de pré-feriado na segunda-feira, verdadeira temeridade para conseguir adesão para um Fórum que propunha debater a estrutura curricular do curso de graduação de agronomia, ainda mais estando a universidade na sua greve mais prolongada por melhores condições de ensino e trabalho docente.
Contrariando os mais otimistas prognósticos, a presença foi o que havia de mais representativa na área de ensino e pesquisa.
No início dos trabalhos discursaram o primeiro diretor do curso e o atual. Recordaram os anos de lutas para a implantação do curso, e foram várias vezes interrompidos por forte emoção.
O passado é passado, mas recordá-lo é sempre uma tarefa difícil para o nosso sistema nervoso.
Gosto, e muito, de reuniões onde a emoção se faz presente, pois é a exteriorização de um sonho realizado.
Foi lembrado também, pelo professor pioneiro Helmut Daltro, que todos os professores e técnicos que implantaram o curso eram muito jovens e inexperientes nesse trabalho, assim como toda a administração superior da universidade.
Passados tantos anos posso afirmar que a juventude e a falta de experiência daqueles jovens foram os fatores decisivos para o sucesso da empreitada.
“Experiência é tal como farol de automóvel virado para trás, - só ilumina o passado.” Palavras de Pedro Nava, professor de medicina, escritor da Academia Brasileira de Letras.
Sem os jovens inexperientes de ontem, não teríamos implantado um centro de referência altamente qualificado para estudos de Ciências Agrárias.
Naqueles primeiros dias de incertezas e dificuldades, sempre a utopia dominava o campus universitário.
Muitos perguntam para que serve a utopia, já que Houaiss, no seu minidicionário da língua portuguesa, a definiu como uma fantasia.
Na prática observamos que a utopia nos faz caminhar a procura dos nossos objetivos.
Nesse clima de confraternização da comunidade acadêmica e sociedade mato-grossense, ignorando todas as dificuldades que o país e a educação enfrentam, esse encontro dos quarenta anos serviu para resgatar a autoestima de todos os responsáveis pelo ensino de qualidade, único caminho para o nosso desenvolvimento.
Parabéns Centro de Ciências Agrárias, que soube cultivar a semente lançada há quarenta anos!
Obrigado pela homenagem prestada aos utópicos na minha pessoa!

Gabriel Novis Neves
10-10-2015

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