segunda-feira, 5 de outubro de 2015

IR E VIR


No trajeto até o meu trabalho fiquei observando as dificuldades dos idosos em sua locomoção pelas calçadas da nossa cidade.
A cidade tem de ser o nicho onde as pessoas se sentem bem, podendo, com facilidade e segurança, se locomoverem para pequenos compromissos ou lazer.
Aliás, em minha última viagem à Santiago do Chile, fiquei encantado com o perfeito estado, não só das estradas, mas, principalmente, com o das ruas e suas calçadas, até mesmo as mais afastadas do centro. Isso demonstra bem o respeito de um país pela sua população.
Na verdade, vivemos um verdadeiro terror ao ter de exercer o ofício de equilibristas para vencer os buracos e irregularidades das nossas calçadas. 
Leis existem em abundância protegendo o pedestre, mas, infelizmente, aqui na terrinha, elas não funcionam.
Irá chegar o dia em que o idoso pagará multa por sair de casa e causar um acidente, complicando mais a nossa precária saúde pública.
O idoso, preocupado com as informações que abundam nas mídias sobre as vantagens do exercício físico, sai muito mais nos dias de hoje do que há alguns anos.
Dessa forma, pessoas entre os sessenta e oitenta anos, marca essa passada por muitos, para desespero dos planejadores sociais no tocante aos encargos que eles representam para os governos, costumam circular muito pelas ruas e calçadas - ainda que para idas a bancos e a supermercados.
É pertinente lembrar que o processo de envelhecimento dos humanos inicia-se aos cinquenta anos e só é detido pela conclusão do ciclo vital. O processo é inexorável! Faz parte da biologia.
Os sinais exteriores como rugas, papada, bolsas nos olhos, abdome flácido, são facilmente corrigidos por bisturi de cirurgião plástico competente. 
Muito mais difícil do que isso é manter uma cabeça jovem e aquele brilho nos olhos, que nenhuma plástica consegue trazer.
Entretanto, os sinais ou “estragos” internos vão se acumulando e, mais tarde, exteriorizado através de sinais e sintomas das doenças.
É justo que essa classe “privilegiada” dos idosos seja alvo de uma maior compreensão humana por parte do poder público, facilitando, pelo menos, a sua necessidade de ir e vir.
Andar é um hábito saudável e necessário para prevenir e combater as doenças da idade avançada, tais como a hipertensão arterial, diabetes, obesidade, depressão entre outras.
Que tal ajudar os nossos idosos a saírem de casa, caminhando pelas calçadas?
Isso é o mínimo que seus impostos escorchantes tirados de suas aviltantes aposentadorias deveriam trazer de retorno!

Gabriel Novis Neves
18-09-2015

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