Às vezes sou tentado a ‘olhar para trás’ nesta louca caminhada que é a vida, em um fim que não sabemos quando será.
Sei que estou distante do meu ponto de partida, mas nem desconfio da minha colocação com relação à minha chegada ao ponto final.
‘Meus filhotes’ cada dia aumentam mais, e todos os sábados permanecem em minha companhia.
O menorzinho é uma menina de três meses de idade.
O seu cortejo não poderia ser melhor, com a sua irmã, prima e primo.
Todos lindos no olhar do biso.
Não posso nem pensar, que um dia irei me desgarrar dessa gente miúda!
Num simbólico aperto de mãos, vamos percorrendo ‘as casas’ que nos apresentam.
Estou na última ‘casa dos oitenta’, e já me considero na dos noventa.
Pelas leis das probabilidades serei o primeiro a encontrar o atalho para o plano espiritual.
Procuro aqueles que iniciaram essa viagem comigo, e não os encontro.
Quando partimos, há quase um século, não imaginávamos nosso tempo de viagem, que é a vida.
Não vejo mais os meus contemporâneos, e os meus companheiros de caminhada são meus filhotes.
Vou é desviar o assunto desta crônica para não passar ao leitor um sentimento de tristeza e melancolia, que só nos faz mal.
É bom ter motivos para recordar dos momentos felizes que deixei para trás, e foram muitos.
Tive muita sorte e proteção divina durante esses anos todos de peregrinação por esse labirinto perigoso que é a vida.
Parafraseando o poeta, tenho de tudo para alegrar a minha vida nesta reta dita final.
Amor dos filhos, netos e bisnetos, e respeito da sociedade, podendo afirmar que estou com a missão cumprida.
Gabriel Novis Neves
02-08-2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.