quinta-feira, 8 de agosto de 2024

CERTINHO


Considero-me um sujeito certinho.


Sou perfeccionista, e sofro muito com isso.


Chego a ser terrivelmente obsessivo na administração da minha vida.


Interessante que as pessoas não percebem esse meu jeito de ser.


Padeço por antecipação no mais absoluto silêncio.


Confio nas pessoas, e não nos seus substitutos.


Os antigos diziam que as pessoas certinhas sofriam muito.


Sempre acreditei nos mais velhos, e não sei o motivo do seu veredito com relação às pessoas corretas.


Aprendi na política partidária que os certinhos não servem para executar essa tarefa.


Quanto mais ‘atrapalhados’ forem, mais ‘brilhantes’ serão na sua carreira.


Basta analisar a situação da política nacional.


Dizem os historiadores que herdamos dos portugueses esse ‘jeito confuso’ de agir com a ‘coisa pública’ como se fosse ‘coisa nossa’.


As grandes fortunas são inexplicáveis, e todos os calados sabem suas origens.


É uma barbaridade o que acontece por aqui.


Enfim, vamos tocando a vida para ver o que acontece, e que sabemos.


É muito difícil para alguém que vive em um país como o nosso entender o significado de ética.


Talvez seja ‘viver certinho, corretamente’.


A ética aprendemos com nossos pais, continuando na escola e convivência social.


A ética era disciplina optativa em vários cursos universitários, sendo que na medicina era ‘puxado’ o seu ensino.


Sem conhecimento da ética geral é impossível ser um respeitador da ética médica.


Até parece ser a ética um valor do passado sem espaço no nosso presente.


Gosto de conversar com pessoas antigas, depositárias dos nossos valores.


Mas, infelizmente, os oligarcas dão sustentação às bandalheiras dos poderosos desde os tempos do Brasil Colônia.


Tudo certinho na contabilidade deles — os barões e capitães-generais.


Gabriel Novis Neves

25-07-2024




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