domingo, 11 de fevereiro de 2024

TUDO É CARNAVAL


De hoje por diante, tudo se resume a carnaval nas principais cidades do Brasil.


Entre elas, sete dispõem de ‘sambódromo’: Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Vitória, Santos, Porto Alegre e Manaus.


O nome ‘sambódromo’ foi proposto por Darcy Ribeiro. Compreende esse espaço com arquibancadas, arquitetado por Oscar Niemayer.


Antigamente, as ‘Escolas de Samba’ desfilavam pelas avenidas comuns.


O sucesso desse novo lugar para as ‘escolas’ desfilarem foi de total deslumbramento no carnaval carioca de 1984.


Não demorou, foi copiado por outras seis cidades brasileiras.


Em quase todas as capitais e nas principais cidades, brilha um bom número de escolas de samba.


Custo altíssimo. Está a depender de doação do governo e das empresas, a que se soma a venda de ingresso para o desfile.


Quando televisada, cobram cachê. O seu samba-enredo é comercializado.


Aos turistas se impõem preços escorchantes para a fantasia e para o ingresso, franqueada a eles a participação nos desfiles.


Bem no início, tive direito ao ingresso em camarote vip, com diversas atrações nacionais e internacionais. Bebida de boa qualidade e abundante. Ah, isso rolava!


Fui uma vez ao Sambódromo da Sapucaí. Não pretendo decepcionar meus amigos: não me candidato a voltar!


O desfile se caracteriza pela monotonia, sendo repetitivo e, até mesmo, sem graça.


Hoje, nem pela televisão me dou ao prazer de assistir a essa festa popular, tida como a maior do planeta.


Os temas focam sempre a história de nossa escravidão. Sobressai igualmente nossa descendência africana, assim como as riquezas naturais e minerais. Na mira, cintila a vida no morro.


Cuiabá teve suas escolas de samba, mas já vai longe: de sessenta a oitenta. Deixou saudades. Isso, sim!


Hoje, desapareceram das avenidas e clubes, ficando o carnaval de rua restrito a Chapada dos Guimarães, Livramento, Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço.


Nossos compositores já não se seduzem com a produção de músicas carnavalescas.


 E o nosso carnaval agoniza, não obstante o esforço de uns poucos que resistem.


Este ano, para complicar, temos que enfrentar novo ataque da variante da Covid, que afugenta as multidões.


Ficar em casa — que me perdoem os amantes do carnaval — é melhor numa cidade em que os súditos do Momo não imperam.


Gabriel Novis Neves

10-2-2024


Praça do Choppão preparada para receber foliões, sábado de Carnaval

Lá no fundo da imagem, o terror


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.