quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

TECNOLOGIA DESUMANA


Trabalhar dependendo de tecnologia não é tarefa das mais fáceis.


A pessoa tem que dominar o conhecimento tecnológico básico. Caso não, fracassa em suas pretensões.


Desde cedo, estou tentando utilizar o e-mail de meu notebook.


Clico o título da crônica, ela não abre. Na telinha, aparece uma circunferência fina que roda sem parar.


Roda, roda, roda e desliga. Na parte superior do e-mail, em letras vermelhas, o aviso: ‘problemas com a conexão’. O aparelho se desliga, e tudo volta à estaca zero.


Primeiro procurei socorrer-me de meu fisioterapeuta. Ele passeia, soberano, por este campo. Prometeu-me que, no dia do meu tratamento — faltam só ‘cinco’ —, poderia me ajudar.


‘A máquina é inteligente e, às vezes, trava para segurança do usuário. Nesses casos, é preciso reconectá-la.’ Aí está sua orientação.


Esse procedimento é bem comum em meio aos que sabem do riscado. Mas não é esse o meu caso.


Liguei para meu técnico em informática. Por estar em atendimento, só poderá me socorrer daqui a uma hora.


Chove chuva fina lá fora.


Quando chove com ventos, o sinal da tevê fica magoado. E quem sofre é o usuário.


De repente, o técnico me chama pelo WhatsApp. A ele, repasso o problema.


Pede-me que abra, na tela do computador, o aplicativo Team Viewer e lhe forneça o ID e o número da senha.


Reinicia seu trabalho à distância. Do meu escritório, passo a acompanhá-lo, embora nada entenda…


Recomenda que eu desligue o ‘modem’ (leia-se môudem) por cerca de dez minutos e depois religue.


Pronto, estava concluído! Seu atendimento foi um sucesso!


Como é que pode um jovem dominar, com mestria, nossa sofisticada tecnologia?


Cheguei ao fim da tarde, sem pendência nenhuma.


No dia seguinte, em um procedimento no hospital, causou-me estranheza saber que ali ninguém possuía iPhone. 


Procurei ajuda para receber o sinal do wi-fi. Não havia quem soubesse manejar o iPhone.


Casa com o que penso: até mesmo em tecnologia, a dificuldade para sermos solidários impera. 


A meu modo de ver, mais um indício de que a tecnologia não é humana.


Gabriel Novis Neves

3-2-2023




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