sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

PARADOXOS MALUCOS


Deparei-me com um texto pra lá de interessante. Seu autor, o grande jornalista e escritor Ruy Castro.


Versava sobre ‘paradoxos malucos’. É, quão estranho! Decidi compartilhar pelo tanto de verdade que detém.


Assim que inventaram a pílula anticoncepcional, a Terra duplicou de população. Conferidos os números, era ‘batata’.


De 1800 — quando eles começaram a contar — até 1960 — quando a pílula foi comercializada —, o planeta levou 160 anos para atingir três bilhões de habitantes.


Já em 2000, apenas 40 anos depois, com a pílula adotada universalmente, chega-se a seis bilhões. 


A ideia era que, com a pílula, as famílias deixariam de ter dez filhos. Como explicar? É bem simples: as pessoas procriam menos, mas há mais gente procriando.


Outro paradoxo: as mortes por câncer de pulmão dobraram no Brasil, nas duas últimas décadas — quando o número de brasileiros fumantes adultos caiu de 30% para 12%.


Como é isso? Fuma-se menos e, mesmo assim, o câncer dispara?


Claro que não. As vítimas do câncer de pulmão em nossos dias são, é muito provável, os milhões que começaram a fumar há 30 anos — tempo que o tumor levou para se estabelecer.


Quer isso dizer que a queda do tabagismo só se refletirá nos números daqui a algum tempo.


Quanto mais as pessoas aderem a dietas saudáveis, mais cresce a população de obesos!


Quanto mais se combate o racismo, a homofobia e o feminicídio, mais pretos, gays e mulheres são agredidos ou mortos!


Quanto mais as mulheres lutam por respeito e dignidade, mais surgem mulheres-melancia e musas do bumbum!


Quanto mais se imprime dinheiro, menos o usamos! Quanto mais o computador nos facilita o trabalho, mais tempo passamos escravizados a ele!


Quanto mais se aciona o VAR, mais erros povoam a nossa arbitragem!


Curioso: quanto mais se lê a Bíblia, mais se glorificam os vendilhões dos templos!


Sei. Inexiste uma relação imediata de causa e de efeito entre o que se faz — ou se deixa de fazer — com esta ou aquela consequência.


Exceto em relação a esta: quanto mais quente, melhor! Sim: protejamos a natureza! Se é que queremos viver mais e melhor!


Gabriel Novis Neves

22- 2-2024




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