sexta-feira, 20 de março de 2015

PALAVRAS AO VENTO


Certas pessoas são especialistas em proferir palavras ao vento, e desconhecem que a palavra empenhada é um compromisso moral.
Em época de vacas magras para a ética, esses fatos passam despercebidos para a maioria da população e são considerados até normais.
Os jovens, na sua maioria, consideram que palavra empenhada é coisa de velhos, e que na modernidade os valores devem ser tão dinâmicos quanto as condições que os impõem.
Não posso crer que um grupo, composto por seres tão antagônicos e motivados por puros interesses pessoais, possa desfrutar de um mesmo ninho.
É justamente a falta de credibilidade, especialmente dos nossos homens públicos, a raiz de um dos maiores males deste país, que é a corrupção.
Recomendo o uso de “Florais” aos corajosos que acompanham pelas mídias o dia a dia dos acontecimentos políticos.
Só a terapêutica chinesa para nos fazer suportar tanta hipocrisia.
Se o poder é afrodisíaco, como afirmam alguns, a falta de honradez causa desencanto e frustração aos nossos mais nobres sentimentos.
Viver nesse mar de mentiras leva ao enfraquecimento do nosso sistema imunológico, fazendo-nos presa fácil das doenças funcionais, principalmente.
Os exemplos a serem seguidos tornaram-se escassos nos lares e na sociedade, muito menos encontramos nos veículos de comunicação de massa.
Estranhamos quando em canal de televisão fechado (pago) nos deparamos com verdadeiros heróis anônimos, provando ser possível a existência de uma instituição pública de saúde que presta atendimento a todas as classes sociais, ser modelo pela qualidade dos seus serviços e elogiado por todos.
Pena que a velha palavra empenhada continue com o seu prazo de validade em dia apenas nos países desenvolvidos.
Por estas bandas a palavra não vale um tostão furado e, como consequência, nós tropeçamos em obras inacabadas, quando não, mal feitas.
Sentimos falta de escolas, postos de saúde, hospitais, estradas transitáveis.
A praga da corrupção reina soberana, juntamente com a impunidade.
Rui Barbosa, em 1914, fez um discurso no Senado em que destaco este trecho, muito conhecido por todos. Dizia: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Cumprir com a palavra é ato de honestidade!

Gabriel Novis Neves
01-03-2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.