segunda-feira, 9 de março de 2015

Autonomia universitária


Graças a este dispositivo constitucional foi possível em 1971 implantar a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com sede em Cuiabá.
Em apenas dez anos de existência o que era sonho tornou-se realidade.
O desmonte do ensino superior no Brasil teve o seu início quando do sequestro da autonomia das universidades públicas federais.
Tudo começou nos anos noventa. A criatividade universitária foi substituída pela perversa burocracia e a judicialização.
As ruínas foram patroladas nos últimos doze anos e hoje colhemos os frutos desse tremendo equívoco educacional.
A qualidade foi substituída pela quantidade. Foram implantadas nas universidades condições hostis ao desenvolvimento da pesquisa, implantação de novas tecnologias e desenvolvimento social.
Os professores aposentados, responsáveis por essas conquistas abandonadas, são vistos como produtos descartáveis e os em exercício das suas funções como "vagabundos".
É muito triste verificar o estado emocional dos idosos mestres que dedicaram a sua juventude à nobre causa da educação.
O descanso merecido da aposentadoria foi transformado em sobressaltos frequentes no único bem que possuem - o valor do seu holerite sendo permanentemente investigado juridicamente.
O objetivo é reduzi-lo, como se isso fosse possível comparado a outras categorias de servidores.
Até parece que o grande problema moral e ético desta nação esteja nas universidades.
É com desencanto que escrevo - em meu nome e no de inúmeros colegas aposentados – acerca do sofrimento a eles impingido devido a essa incompreensão desrespeitosa e cruel. Um protesto contra esse inaceitável estado de coisas.
Lamentável chegar fragilizado pelo passar dos anos perseguido pela instituição que a tudo servimos.
É a dominação da lei dos mais fortes. Pobre autonomia universitária, ceifada traiçoeiramente por um dos seus filhos mais ilustres!
Infelizes daqueles que acreditaram em seus dirigentes maiores!

Gabriel Novis Neves
27-02-2015

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