terça-feira, 3 de março de 2015

Banco de idosos


Países que não valorizam os seus idosos mostram um quadro deprimente nas salas reduzidas dos bancos a cada início de mês.
Filas de semi-inválidos formam-se na tentativa de recebimento de suas parcas e humilhantes aposentadorias.
Algumas instituições nem sequer lhes permitem o uso de talões de cheques, já que suas contas salário, existentes apenas para esse fim, não fazem jus a esse conforto.
Eles são obrigados a fazer prova de vida anual no mês do seu aniversário, ou delegarem procuração a outras pessoas.
Alguns idosos, bastante debilitados física e mentalmente, são conduzidos por seus familiares ou cuidadores, algumas vezes até em cadeiras de roda, já que a bengala nessa faixa etária é quase parte da indumentária.
O papo nessas ocasiões é surreal, e apenas suportável graças ao bom humor de uns poucos que, rindo de sua própria desgraça, conseguem levantar o baixo astral dos demais.
Tudo isso seria evitado se os recursos que escoam impunemente pelos ralos da corrupção fossem usados corretamente em benefício da sociedade e se fosse mostrado um respeito ao patrimônio público.
Em países desenvolvidos, como por exemplo, o Canadá, esses direitos são recebidos em casa através de agentes do governo que, por meio de visitas, aferem as verdadeiras necessidades e dificuldades dos beneficiários.
A prova de vida é automática e controlada por meio de sistemas de alta tecnologia.
Dessa forma evita-se o festival de horrores que nós, subdesenvolvidos, somos obrigados a assistir mensalmente.
Deveríamos nos envergonhar diante da penúria e descaso a que são relegados aqueles que na juventude ajudaram o desenvolvimento do país e agora se veem totalmente abandonados e desvalorizados pelo poder vigente.
Aliado a esta situação vexatória, ainda sofrem o preconceito, por parte de muitos, que transformam os velhos em verdadeiros párias da sociedade.

Gabriel Novis Neves
21-02-2015

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