terça-feira, 17 de março de 2015

BLEFE


Após a mudança da capital de Mato Grosso - de Vila Bela da Santíssima Trindade para Cuiabá - e com o advento da República em 1889, o nosso Estado quase sempre foi governado por políticos da cidade e circunvizinhanças, como Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço, Diamantino, Cáceres e, mais recentemente, por cuiabanos que colonizaram o sul do grande Estado.
O Nortão, até 1950, ainda era a nossa grande e promissora reserva ecológica com as suas riquezas naturais. No dizer de Antônio Callado, era um enorme cofre fechado cuja chave para a sua abertura seria o conhecimento científico.
Personalidades ilustres e de caráter ilibado tomaram conta da nossa administração pública formando com seus exemplos e ética uma excelente escola de gestores.
Eram os profissionais liberais, educadores, empresários da região - e até o nosso Arcebispo Dom Aquino Corrêa - os ocupantes do outrora honroso cargo de governador do Estado.
Negocistas, aventureiros e despreparados para funções de estado não tinham oportunidade.
A maioria dos nossos governadores daquela época foi vitoriosa nas suas empreitadas. Chegavam ao poder com folgada situação patrimonial e deixavam o cargo com dificuldades econômicas até mesmo para se manterem - quando não, pobres.
Esse modelo de gestão que implantou uma sólida civilização nesta região chegou à exaustão com a imensa e desorganizada corrente migratória que ocupou o norte do Estado por ocasião da sua colonização.Foi a época da motosserra, que representava a ideologia do falso progresso.
Em 2002 deixou o governo um cuiabano de prestígio nacional, que cedeu ao marketing dos novos mato-grossenses de botina e olhos azuis.
Muda-se a história política e o poder vai para as mãos dos desmatadores das nossas florestas.
Cuiabá sofre um processo de desmoralização e esvaziamento em todas as suas atividades.
A vez era dos “homens sérios e trabalhadores” que, na sua imensa maioria, vinham do sul do Brasil. Tentaram fazer o que os cuiabanos realizavam visando o desenvolvimento do Estado.
Na verdade, construíram inexplicáveis fortunas pessoais, não contribuindo em nada para melhorar a nossa saúde, educação, infraestrutura e segurança pública.
Durante doze anos foram fortemente blindados pela mídia e outros poderes constituídos.
A farsa terminou depois que o programa Fantástico, com “cuidados especiais”, mostrou o papel dos nossos modernos colonizadores.
A festa acabou e o blefe de progressistas findou nos porões da justiça.
Que essa lição sirva de exemplo para as novas gerações.
Expulsemos os fariseus do estado sagrado!

Gabriel Novis Neves
26-02-2015

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