segunda-feira, 23 de março de 2015

Imposto de renda


Para quem não tem por hábito guardar documentos, começou o mês do terror! O mês da declaração à Receita Federal dos magros rendimentos registrados  nos holerites.
Terminou o horário de verão, onde a economia não cobriu o prejuízo da quebra do biorritmo dos cidadãos, e estamos em época de Imposto de Renda.
Cada dia o Leão exige mais comprovantes antes da mordida fatal. Além disso, há o bombardeio dos pagamentos de impostos estaduais e municipais.
São tantos os comprovantes que, mesmo reunidos em pastas especiais, sempre falta algum, pois vivemos na leviandade das leis com efeito em cascata.
Por mal dos pecados “a vaca tossiu” e os preços dispararam com desemprego em níveis não mais aceitáveis.
Para quem nunca respeitou a Lei da Responsabilidade Fiscal o resultado é esse injusto sacrifício que o povo trabalhador brasileiro está financiando.
Vem mais arrocho por aí, com o pomposo nome de reajuste fiscal.
Aliás, a semântica das palavras nunca foi tão assediada e deturpada.
O mundo evoluiu tecnologicamente, simplificando esse compromisso constitucional de abastecer o cofre do Tesouro, mas, aqui na terrinha, tudo é cada dia mais complicado, talvez para facilitar o “fenômeno petrolão”, onde o dinheiro supercontrolado sumiu e ninguém sabe como...
É a corrupção institucionalizada com os serviços hiperburocratizados para desviar a atenção do pagador de impostos.
Bilhões de reais são desviados dos cofres públicos - que parece um saco sem fundo – vindos do esforço do pagador do Imposto de Renda, e nada acontece a esses malfeitores.
Quando muito, alguns dias de repouso em prisões especiais. A reposição do abocanhado indevidamente da casa da Mãe Joana nem pensar! Fazendo-nos até acreditar que o crime compensa.
Se tivéssemos um país sério, estaríamos livres dos dissabores a que esse procedimento anual nos obriga, pois o governo possui todas as informações necessárias. 
Para atenuar nosso trabalho bastaria comunicar simplesmente o nosso saldo devedor. Não haveria sonegação ou chateação.
É triste verificar velhinhos em bancos, repartições públicas, enfrentando todo o tipo de desconforto para conseguir os tais comprovantes que o governo possui.
Que estranho país é esse nosso! Não somos tratados com respeito e dignidade. Exceção feita aos cidadãos de primeira classe empoleirados nos poderes.
Para eles, tudo é correto e válido.
Tristeza!

Gabriel Novis Neves
17-03-2015

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