quarta-feira, 18 de março de 2015

450 ANOS


Assim que a frota de Pedro Álvares Cabral chegou à Bahia, foi fincada em nosso solo uma cruz de pau-brasil e batizaram a terra como Santa Cruz, após a realização da primeira missa no Brasil.
Navegando em direção sul, os portugueses, após dois anos, avistaram a Baia da Guanabara, e deram a essa localidade o nome de Rio de Janeiro, pois, a sua descoberta foi no dia 1º de janeiro.
No dia 1º de março de 1565 o militar português Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e foi seu primeiro governador-geral.
A capital da colônia é transferida de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763, mas, a Família Real só desembarcou no Rio em 1808, após a recém-adquirida colônia portuguesa ser invadida pelas tropas francesas.
A cidade torna-se então sede da Monarquia Portuguesa até 1889, quando é proclamada a República.
Apelidada de Cidade Maravilhosa pelas suas inúmeras e incomparáveis belezas naturais, tem muita história para contar.
A queridinha das cidades brasileiras foi por muitos anos a casa de jovens de toda nação que para lá iam atrás de estudo e trabalho.
Muitos ficavam, após a conclusão dos seus cursos, na bela cidade, encantados com suas oportunidades e a generosidade do seu povo.
Com os migrantes de todo o planeta Terra, surgiu esta civilização originária dos povos pré-colombianos e africanos, produzindo essa raça linda com suas mulheres incomparáveis e insuperáveis na sua graça e charme.
Destituída de capital do Brasil em 1960, com a mudança para Brasília, e esvaziada do seu poder político e econômico, o Rio de Janeiro continuou lindo.
É ainda a caixa de ressonância da nossa cultura e arte. O sucesso, obrigatoriamente, passa pela Cidade Maravilhosa.
Administrações desastrosas fizeram surgir mais de quinhentas favelas, ocupadas, na sua imensa maioria, por trabalhadores humildes e honestos.
A ausência do poder constituído e a corrupção institucionalizada transformaram esses locais em esconderijos para os marginais, sedes do comando do tráfico de drogas e do crime organizado.
Mesmo assim continua a cidade preferida pelos turistas nativos e internacionais. Como se emocionam quando em visita pela primeira vez!
A natureza exuberante e bela foi esculpida por artistas que produziram verdadeiras obras de arte, conhecidas e admiradas em todo o mundo.
O Cristo Redentor no morro do Corcovado, o Pão de açúcar no morro da Urca, o paisagismo do aterro do Flamengo, o Maracanã, Teatro Municipal, Sambódromo, as inúmeras praias cariocas, com uma gente alegre, musical e solidária, compõem a alma do Rio de Janeiro.
As cidades, num movimento contrário ao que acontece com os seus habitantes, costumam se beneficiar com as plásticas.
As que estão ocorrendo no Rio, apesar de muito perturbadoras no cotidiano de seus moradores, são absolutamente necessárias e, uma vez completadas, mostrarão toda a exuberância e beleza dessa promessa de paraíso terrestre.
Apesar das políticas equivocadas de muitos dos nossos dirigentes, seguimos todos torcendo para que a cidade continue cumprindo o seu papel de cidade deslumbramento.
Seu povo alegre e descontraído aposta no fascínio da cidade-mãe, que acolhe em seus braços todo e qualquer novo filho, vindo de onde vier - independente de sua raça, cor, religião ou posição social.
Praticar a verdadeira democracia é a obsessão de seus habitantes.
Ao completar os seus 450 anos tem muito a nos oferecer e ensinar, e nós a agradecê-la. 
A sua história se confunde com a própria história do Brasil.
Parabéns, Rio 450 anos!

Gabriel Novis Neves
12-03-2015

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