domingo, 13 de novembro de 2022

OS PITORESCOS 51


Bem antigamente, no Brasil Colônia, as eleições eram muito frequentes. Os analfabetos podiam votar mediante comprovação de renda. Ao contrário daquilo que muitos não se lembram, a primeira eleição no Brasil aconteceu em 1532, em São Vicente, quando da instalação da Câmara por Martim Afonso de Souza, comandante da expedição que fundou a primeira vila no país. Com a fuga da Família Real para Salvador no início de 1808, e depois em novembro do mesmo ano para o Rio de Janeiro, o critério foi mantido até o retorno de Dom João à Portugal. Dom Pedro que assumiu o trono contrariando as ordens da Corte, e foi declarado Imperador do Brasil (1822-1831). Ele providenciou “as eleições” dos deputados. No dia 7 de setembro de 1882, às margens do Ipiranga, proclamou a Independência do Brasil, deixando de ser uma colônia portuguesa, passando a ser uma nação independente. Dom Pedro, o “Imperador do Fico”, se dirigia à cidade de Santos no litoral Paulista para “visitar” a sua amada Domitila, a Marquesa de Santos. No Império nossos governantes eram escolhidos pelo Imperador, entre as personalidades de destaque da região. Hoje, nossos inúmeros e inúteis representantes são “escolhidos” pelo povo.


Na Cuiabá antiga, o primeiro governador da Capitania de Mato Grosso foi um português, chamado Antônio Rolim de Moura, nascido em 1709. Hoje, o governador de Mato Grosso reeleito para o segundo mandato de quatro anos, chamado de Mauro Mendes, nasceu no vizinho estado de Goiás.


Bem antigamente, a Proclamação da República, ocorrida no dia 15 de novembro de 1889, decretou o fim da Monarquia no Brasil pelo Marechal Deodoro da Fonseca, e instaurou o regime presidencialista. O imperador do Brasil era D. Pedro II (1831-1889), muito querido da população do Brasil. O Brasil teve dois Imperadores, Pedro I e D. Pedro II (1822-1889). Hoje, historiadores qualificados dizem que foi o primeiro golpe militar que sofremos durante a nossa história. Substituímos pelas armas um Imperador competente por um velho e doente militar herói da Guerra do Paraguai, que se casou por engano em Cuiabá, e não deixou descendentes.


Na Cuiabá antiga, logo após a Proclamação da República mantiveram o título de “presidentes” aos atuais governadores, até 1930. Foram depois denominados “interventores federais” até 1934. Quando do início do Estado Novo de Getúlio Vargas, em 1937, novos “interventores” foram nomeados até 1947. Após este ano e a promulgação da Constituição de 1946, passaram a ser denominados “governadores”, terminologia usada até hoje. O primeiro governador dessa fase foi Arnaldo Estevão de Figueiredo. O político de maior prestígio dessa fase, foi o Senador Filinto Muller, ex-chefe de Polícia de Vargas. Candidatou-se duas vezes ao governo do Estado e perdeu as duas eleições para Fernando Corrêa da Costa. Hoje, políticos de Mato Grosso pertencem ao baixo clero em Brasília.


Bem antigamente, o Brasil foi descoberto por acaso. A Independência do Brasil e a Proclamação da República também. O “período Militar” iniciado em 1964, escolheu os famosos “Governadores Biônicos”, e nós tivemos três dessa espécie rara. Hoje, tudo que acontece no Brasil, como na época da Monarquia é consequência daquilo que acontece lá fora. O vírus do Covid 19 veio de fora e matou milhares de brasileiros, pois os insumos para fabricar as vacinas no Instituto Butantã em São Paulo e Oswaldo Cruz em Manguinhos no Rio de Janeiro, vieram de fora, e demoraram muito a chegar ao Brasil. A guerra da Rússia e a Ucrânia afetou o nosso comercio exterior. O dólar subiu e o euro e a libra dispararam, prejudicando nossa economia. A Copa do Mundo no Catar, do outro lado do mundo, alterou nosso calendário esportivo, prejudicando os clubes brasileiros.


Atualmente a Família Imperial Brasileira mora em casa alugada em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista, e é composta por sete pessoas. Se ainda houvesse monarquia no Brasil, seu rei seria D.Luiz Philippe de Orleans e Bragança. É Deputado Federal (PL) por São Paulo. A família Orleans e Bragança são empresários da área imobiliária.


Na Cuiabá antiga, não existiam empresários e sim comerciantes. Tínhamos comerciantes de galinhas, de porcos, de bois e vacas, da vida noturna, de arroz, feijão, milho e peixeiros. Hoje, temos empresários de galináceos, suínos, fazendeiros, e empresários da noite. Os mateiros foram substituídos pelos homens do agronegócio, que plantam arroz, feijão, milho e soja e os peixeiros são piscicultores.


Gabriel Novis Neves

16-10-2022





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