terça-feira, 5 de maio de 2015

PEDALADAS


Até pouco tempo atrás essa palavra gerava imediatamente em nosso inconsciente uma sensação de saúde e de bem estar.
Afinal, pedalar é um dos meios de locomoção mais ecologicamente correto, daí a bicicleta ter se tornado também um símbolo de prazer.
Mas, eis que, de um dia para o outro, acordamos com a palavra “pedalada” acrescida da palavra “fiscal” em todas as mídias, significando, em economês, a capacidade de empurrar para frente dívidas vencidas.
Seria mais ou menos como se na nossa casa optássemos por fazer uma grande festa ao invés de pagar as despesas do mês.
Festa é festa, e não pode ser preterida em função de pagamentos obrigatórios. 
Simples assim! E tem sido o objeto de desejo de governantes não comprometidos com o rigor que o cargo exige. Priorizam festas que já não tinham condições de realizar, a não ser maquiando todas as contas públicas.
Ao que parece, e assim indicam todas as fontes de informação fidedignas, em 2002, já em vigor a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Brasil tinha um déficit de vinte e cinco bilhões de reais que, em 2014, passou a ser de duzentos e vinte sete bilhões.
Realmente não somos um país sério, e não devíamos nos importar quando os nossos colegas de planeta não nos incluem entre as economias confiáveis.
E assim, aqui no terceiro mundinho, nunca mais as pedaladas a trabalho ou a lazer serão as mesmas.

Gabriel Novis Neves
24-04-2015

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