sexta-feira, 22 de maio de 2015

MEIO-IRMÃO


Relevante o fato de ter aumentado em 528% o número de reproduções assistidas nos últimos dezoito anos pelo mundo.
Os bancos americanos de sêmen são atualmente verdadeiros templos da reprodução.
No início, a grande procura era feita por relações homoafetivas femininas que queriam ter os seus rebentos sem a participação da figura masculina.
Um doador, dentro dos padrões desejados em termos de compleição física e mental, chega a receber cem dólares por doação. Basta que ele se adeque a padrões preestabelecidos. 
Na maior parte dos países essas doações são sigilosas e o material recolhido passa a ser catalogado por número.
Dessa forma permanece oculta a identidade do doador, mantendo-se em conta somente as suas características genéticas.
Atualmente, países como a Alemanha, Inglaterra e a Noruega, aboliram o anonimato e isso vem causando algumas discussões éticas e que começam a chegar ao Brasil.
Através da mídia, sempre precursora dos modismos de cada geração e suas implicações na sociedade, já assistimos a novelas que já discutem abertamente os diferentes tipos de família que vêm se formando nos tempos modernos.
Agora surge a polêmica sobre os irmãos numerados dos doadores de sêmen.
O ser humano tem necessidade de saber das suas origens, mesmo que oriundo de vários tipos de reprodução.
Esses questionamentos, que estão apenas começando e que já compõem até enredo de novela, são sinais de um novo tempo despontando.
Imaginando que alguém possa ter até quinhentos ou mais irmãos, que rumo tomará as relações familiares?
Os laços afetivos, com certeza, começam a aparecer como mais importantes que os laços sanguíneos.
Nem o filósofo Aldous Huxley conseguiu ir tão longe com suas fartas elucubrações sobre o futuro no seu fantástico “Admirável Mundo Novo”.
Um trabalho a mais para as futuras gerações: buscar seus inúmeros meios-irmãos, se é que até lá isso ainda terá alguma importância.

Gabriel Novis Neves
16-05-2015

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