segunda-feira, 18 de maio de 2015

ISENTO


Houaiss, em seu minidicionário da língua portuguesa, definiu o isento como uma pessoa livre, desobrigada, imparcial, desprovida de qualquer compromisso.
Impossível alguém, ao se deparar com uma determinada situação não trazer a sua história de vida para opinar sobre o assunto em questão.
Seja um parecer sobre política, uma peça de teatro, um filme premiado, um livro best-seller ou assuntos outros.
Tenho receio daqueles que se intitulam isentos para proferir a sua opinião, pois essa possibilidade não existe.
Comentar sobre a situação nacional sem isenção é uma farsa.
Esconder que vivemos em um país corrupto é, na melhor das hipóteses, um ato de irresponsabilidade.
Classificar como pequenos delitos crimes praticados nos grandes arrombamentos do Tesouro Nacional é uma imoralidade.
Infelizmente, falar o que sentimos dentro de um determinado contexto é considerado como forma politicamente errada de se expressar nesta nação democrática.
Desagradar aos poderosos de plantão é quase um ato suicida, mesmo quando analisamos suas ações, e não, o seu caráter.
Ainda assim, continuaremos batendo no peito que vivemos em plena democracia em um Estado de direito.
As desigualdades sociais são tão gritantes entre os cidadãos desta nação, que a vergonha tem de ser colocada debaixo do tapete para não sujar o brilho do autoritarismo, prepotência e vaidade patológica daqueles que, momentaneamente, podem.
A carneirada tem de obedecer em silêncio aos desmandos cometidos contra a cidadania para não ser sacrificada.
A isenção é mais uma figura de ficção utilizada no grande teatro deste país chamado Brasil.

Gabriel Novis Neves
13-05-2015

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