segunda-feira, 4 de maio de 2015

ENQUANTO, ISSO...


Leio no Jornal A Gazeta que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) se posicionou contra a ‘devolução’ de vinte milhões de reais por parte do Judiciário ao Governo do Estado para a construção de oito centros socioeducativos em Mato Grosso.
A interpretação é que o Poder Judiciário prefere pulverizar esses recursos na edificação de presídios em vez de creches e escolas do ensino fundamental. 
Estudos informam que o percentual de reeducados para a vida em sociedade é inferior a vinte por cento. O pior é que deixam esse ‘estágio’ nas tais unidades ‘socioeducativas’ com grandes conhecimentos para continuarem a sua precoce carreira criminosa.
Outros olhares creem que a falta desses centros específicos para adolescentes infratores seja o fator primordial para o aumento da delinquência.
O caso é muito sério, pois a construção de prédios não educa ninguém. Há necessidade de equipes multidisciplinares altamente qualificadas para essa tarefa de recuperação de menores transgressores. 
A quantia transplantada do Judiciário para o Executivo para essa ação social é quase simbólica.
Nada se falou no seu plano de aplicação sobre a aquisição de equipamentos para laboratórios, oficinas de trabalho, bibliotecas, teatro, áreas de lazer, nem em concurso e treinamento para o pessoal técnico-administrativo com perfil para a reeducação desses menores, assim como do valor do custeio anual.
No momento em que as finanças do governo estão escassas – repito - investir em creches e escolas do ensino fundamental, aonde o menor chega pela manhã e volta para casa após o jantar, banho tomado e tarefa feita, me parece o caminho ideal para evitar o crime.
Atualmente, os menores infratores chegam aos ‘centros de ressocialização’ já reféns dos criminosos que dominam os grandes centros urbanos.
Inaugurar um prédio e emplacá-lo é fácil.
Difícil é propiciar condições para o trabalho de excelência a ser realizado com o apoio de uma forte educação de base com sua ação preventiva, preparando cidadãos, e não, marginais.

Gabriel Novis Neves

15-04-2015

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