segunda-feira, 18 de maio de 2015

Desejo sexual


Angústias existenciais são as grandes responsáveis pela diminuição do desejo sexual.
O Brasil passa por momentos de profundo desencantamento em função de suas políticas equivocadas em todas as áreas.
Impressionante nos consultórios psiquiátricos, e também nos ginecológicos, o aumento do número de mulheres com queixas quanto à diminuição da libido de seus companheiros.
Sabemos que casamentos longos, na maioria das vezes, se tornam arrastados, caso as partes não se tornem criativas e, sobretudo, com muita cumplicidade.
As pequenas mágoas do dia a dia, associadas à própria rotina da instituição, têm um grande peso nesse processo.
O fato é que, até o início da revolução sexual dos anos sessenta, com o aparecimento das pílulas anticoncepcionais, as uniões matrimoniais ocorriam num clima em que as pessoas eram condicionadas a se unirem para constituir uma família, e não, para darem vazão aos seus instintos voluptuosos.
Os homens, figuras provedoras, podiam ter as aventuras extraconjugais que quisessem, e isso, além de aceito, era sinal de pujança.
A mulher moderna, inserida com um novo papel no mercado de trabalho, passou a exigir novos direitos e deveres, inclusive o de uma vida sexual plena e intensa.
Fato novo para os homens que passaram a se sentir acuados, inseguros e deprimidos diante desse novo modelo de fêmea.
Isso sem falar nas intensas propagandas que mostram homens sarados, atléticos, verdadeiros Apolos do mundo moderno em performances acrobáticas, impossíveis de serem conseguidas na vida real, ainda que mascaradas por substâncias químicas.
A verdade é que o gênero masculino passa por uma grave crise de identidade em função dessas transformações que as mulheres estão sofrendo após os quatro mil anos de repressão sofrida.
Não por acaso, a frequência dos consultórios terapêuticos, que era essencialmente de mulheres, já conta com um número equivalente de homens.
Sexo com parceiros antigos, e outros nem tanto, é o resultado da convivência no diário de muito carinho, confiança, amor e cumplicidade, e não, o simples ligar de uma máquina que deva funcionar ininterruptamente, ainda que sob o efeito de fármacos possantes e, ao mesmo tempo, prejudiciais ao organismo, de forma às vezes letal.
Homens inibidos e assustados com essas novas companheiras, tornam-se presas fáceis para relações extraconjugais que, pagas ou não, trazem consigo a ausência de cobranças afetivas sexuais, tão necessárias a um bom desempenho nessa área ainda bastante obscura do comportamento humano.
Cabe aos homens tentar entender essas novas mulheres ávidas por sexo e, principalmente, por exercitar a sua sedução, coisa que a sociedade moderna com suas indústrias da beleza não se cansa de divulgar e valorizar.
Bons momentos de sexo não podem se transformar em obrigação. Devem ocorrer por merecimento de ambas as partes.
Quanto mais nos afastarmos da natureza, maiores serão as nossas dificuldades nesse tópico fundamental da vida, o sexo, que em pleno século XXI ainda é motivo de tantas aflições.

Gabriel Novis Neves
12-05-2015

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