segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

DIFERENÇAS

Quem escreve sabe perfeitamente, ou deveria saber, que não se pode agradar a “gregos e troianos”.
Aqueles que gostam do que leem, com certeza, é porque o texto vai ao encontro de suas ideias. Uns prometem, inclusive, que irão seguir os “ensinamentos” emitidos.
“Temos de aproveitar todas as oportunidades que a vida nos oferece; a vida tem de ser vivida com toda a sua intensidade”. Essas são duas das frases que comumente escutamos, mas serão verdadeiras?
Tentei evitar uma série de experiências, mas, para a minha decepção, tive de passar por algumas delas.
Falar, sempre foi uma tarefa das mais fáceis, difícil é fazer - diz o velho ditado popular.
Existe um fosso entre o que se diz e aquilo que se faz.
Observo pessoas dizerem que “ao enfrentarem certas situações desconfortáveis, jogam tudo para o alto e nem querem saber das consequências diante das dificuldades encontradas”. Quanta fantasia!
São raríssimas as que  realmente fazem isso de uma maneira tranquila, e essas, nem sempre, são julgadas como medianamente equilibradas.
Nas entrevistas com personalidades dos mais variados perfis, que assisto pela televisão, quase todas respondem ao entrevistador que, “se fosse para começar de novo, fariam tudo igual”.
Ninguém quer ficar mal na fotografia e, dessa maneira, as pessoas se mostram pouco dinâmicas, uma vez que é importante que todos nós aprendamos alguma coisa com os nossos próprios erros, evitando, no mínimo, repeti-los.
Esse modelo hipócrita é a tônica da  modernidade.
É por isso que devemos ter muito cuidado quando escrevemos, pois o leitor se projeta muitas vezes na figura do personagem do texto.
É penoso escrever tomando esses cuidados.  Já me aconteceu, por inúmeras vezes, ser mal interpretado.
Lembro sempre dessa possibilidade, e costumo não citar nomes, e sim, fatos.
Cada pessoa tem a sua própria história, com todo o direito de fazer o que bem entender da sua vida, mas sempre respeitando o próximo.
Interpretações errôneas, que certamente farão do texto, são inevitáveis.
Afinal, ninguém é perfeito. Existem as diferenças.

Gabriel Novis Neves
10-12-2013

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