Quem
escreve sabe perfeitamente, ou deveria saber, que não se pode agradar a “gregos
e troianos”.
Aqueles
que gostam do que leem, com certeza, é porque o texto vai ao encontro de suas
ideias. Uns prometem, inclusive, que irão seguir os “ensinamentos” emitidos.
“Temos
de aproveitar todas as oportunidades que a vida nos oferece; a vida tem de ser
vivida com toda a sua intensidade”. Essas são duas das frases que comumente
escutamos, mas serão verdadeiras?
Tentei
evitar uma série de experiências, mas, para a minha decepção, tive de passar
por algumas delas.
Falar,
sempre foi uma tarefa das mais fáceis, difícil é fazer - diz o velho ditado
popular.
Existe
um fosso entre o que se diz e aquilo que se faz.
Observo
pessoas dizerem que “ao enfrentarem certas situações desconfortáveis, jogam
tudo para o alto e nem querem saber das consequências diante das dificuldades
encontradas”. Quanta fantasia!
São
raríssimas as que realmente fazem isso de uma maneira tranquila, e essas,
nem sempre, são julgadas como medianamente equilibradas.
Nas
entrevistas com personalidades dos mais variados perfis, que assisto pela
televisão, quase todas respondem ao entrevistador que, “se fosse para começar
de novo, fariam tudo igual”.
Ninguém
quer ficar mal na fotografia e, dessa maneira, as pessoas se mostram pouco
dinâmicas, uma vez que é importante que todos nós aprendamos alguma coisa com
os nossos próprios erros, evitando, no mínimo, repeti-los.
Esse
modelo hipócrita é a tônica da modernidade.
É
por isso que devemos ter muito cuidado quando escrevemos, pois o leitor se
projeta muitas vezes na figura do personagem do texto.
É
penoso escrever tomando esses cuidados. Já me aconteceu, por
inúmeras vezes, ser mal interpretado.
Lembro
sempre dessa possibilidade, e costumo não citar nomes, e sim, fatos.
Cada
pessoa tem a sua própria história, com todo o direito de fazer o que bem
entender da sua vida, mas sempre respeitando o próximo.
Interpretações
errôneas, que certamente farão do texto, são inevitáveis.
Afinal,
ninguém é perfeito. Existem as diferenças.
Gabriel Novis Neves
10-12-2013
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