quinta-feira, 9 de novembro de 2023

PAUSA PARA O ESCREVER


Jamais supus que isto pudesse acontecer comigo. E não é que aconteceu?! Foi no último fim de semana.


Fico aqui a conjecturar sobre o que contribuiu para que essa esterilidade intelectual viesse a se concretizar.


Talvez possa creditá-la ao número exagerado de crônicas enfileiradas para ser publicadas: aí está, é o que suponho, a razão maior deste meu relaxamento cerebral.


Pude investir, a título de compensação, em leitura rica a propósito das funções do cérebro e do avanço da medicina nesse quesito.


Imaginar que Deus criou as belezas da natureza e, no dia de seu descanso, encantado com a obra, resolveu criar o homem, dotando-o de um cérebro para ver, ouvir, sentir e usufruir a vastidão dessa maravilha, só se evocarmos um Ser Superior.


Nosso cérebro vem sendo vasculhado pela moderna tecnologia médica. Ainda assim, continua a ser um ilustre desconhecido, se comparado aos outros órgãos do corpo humano.


O Raio X, isto já se comprovou, testemunha o poder da oração no cérebro. Convenhamos, isso é uma conquista maravilhosa.


A inteligência artificial das máquinas, fruto do engenho do homem, ainda fica a quilômetros de distância se cotejada com a inteligência que nos foi oferecida pelo Criador.


As sinapses cerebrais e o tráfego de neurônios são bonitos de estudar. Mas o homem se vê impotente para compreender seu perfeito funcionamento.


Todas às vezes que me debruço para escrever sobre o cérebro, eu deparo com a minha pequenez diante das funções abstratas, que somente ele incorpora.


O estudo do cérebro humano foi relevante para alterar até mesmo o conceito de morte: ‘De mera parada dos batimentos cardíacos para a morte encefálica’. Hoje, recorrendo-se ao eletroencefalograma, se pode detectar sem dificuldade alguma.


Nos dias atuais, cada vez mais é importante saber o momento exato em que a morte encefálica se dá!


Com o advento dos transplantes, o procedimento de retirada de órgãos tem de ser realizado antes que a morte encefálica venha a ocorrer.


Daí advém a necessidade de termos equipes técnicas, de todo especializadas, para a retirada e para o transplante dos órgãos.


Estudar o cérebro — estou disto convicto — é, mais que tudo, um ato de humildade.


No que se refere aos neurocirurgiões, bem assim aos neurologistas e aos psiquiatras, não há terreno onde possa germinar a soberba e a vaidade.


Tudo que sabemos é nada, absolutamente nada, ante a grandiosidade do trabalho de criação arquitetado por Deus.


Quis Ele que, por motivos que não consigo atinar, eu viesse a interromper a feitura de minhas crônicas por um lapso de dois dias. Alguma razão haverá para tanto.


Ninguém morrerá somente porque deixou de tomar banho por dois dias. De igual modo, penso eu, nada de estranho me sucederá apenas por ter me dispensado do escrever.


Gabriel Novis Neves

06-11-2023













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