quinta-feira, 2 de novembro de 2023

CHOVEU, LASCOU!


Tão somente duas horas de forte temporal, não mais, bastaram para pôr às escuras minha cidade. Parou tudo.


As ruas se fizeram rios. As ‘bocas de lobo’ transbordaram, causando perigo.


Árvores frondosas caíram, obrigando os motoristas a procurar desvios.


Os mangueirais carregados dos quintais ficaram aliviados; o chão forrado de mangas. Oportunidade de saboreá-las sem o esforço de apanhá-las no pé.


A energia elétrica da minha casa, dum nada desapareceu. Quando voltou, caiu uma fase do prédio onde moro. O zelador — quem disse que não é ‘zeloso’? —conseguiu consertá-la.


A ventania danificou a antena da TV, hasteada, como se bandeira fosse, no telhado da cobertura do edifício.


A televisão do meu quarto está procurando o satélite até agora, e não me é possível ver as imagens.


Solicitei socorro para agendar uma visita técnica da operadora. Atendimento num zás-trás: só para daqui a três dias! Sem choro.


É muito tempo de espera. Acresça uma agravante: perderia os jogos decisivos do Campeonato Brasileiro série A!


Os transtornos, não de hoje aprendi, não vêm em doses homeopáticas. Tendo os feriadões pela frente, por certo não terei a companhia da TV para assistir a final da Taça Libertadores. Pode isso?


Para resolver esse problemão causado pela natureza, e não sanado pela operadora, paga para tanto, fui obrigado a ‘repagar’— desculpem-me a feiura, mas a culpa é do Volp — para ter o direito de uma visita técnica.


A corda arrebenta, diz o povo sabido, do lado mais fraco. Sem dúvida, sempre o lado do escorchado consumidor brasileiro.


São tanto os encargos que, religiosamente, pagamos às operadoras para não sermos multados, também para não termos cortados os serviços essenciais! E quando precisamos somos muito mal-atendidos!


Conheço muitos órgãos de fiscalizações ao consumidor, que nos premiam com manuais, que nos acotovelam com suas severas punições.


Proteção verdadeira mesmo, nenhuma! O de sempre nos cabe: ficamos a ver navios.


A saída foi recorrer a um excelente técnico. Bastou a ele uma hora de trabalho, resolveu-se o problema. A TV voltou a funcionar.


Ficamos à mercê das tecnologias, qualquer seja a área. Sempre que precisamos, somos obrigados a desembolsar nossas economias.


O técnico que me socorreu, houve por bem repassar uma dica para me livrar das antigas antenas de ferro que, com o andar do tempo, se enferrujam, tornando-as frágeis às intempéries.


Segundo ele, é bastante pedir a operadora da internet que faça a inclusão do meu aparelho nesse sistema.


De novo, impera a voz do povo: ‘É conversando que a gente se entende’. É o caso de acrescentar: e aprende.


Gabriel Novis Neves

31-10-2023






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