sábado, 15 de julho de 2023

BALANÇO DO MEIO DO ANO


Se eu for olhar apenas para esse meio do ano que passou, tranquilamente repetiria tudo de novo.


Agora, se fizer o mesmo com relação aos anos da minha vida, tenho que fazer alguns reajustes, especialmente quando o assunto é investimento.


Não seguiria meus antepassados fazendo sacrifícios para a poupança pensando no futuro.


Vendia minhas férias, trabalhava todos os dias da semana, inclusive domingos, feriados, dia do meu aniversário, mulher, filhos, netos e, como parteiro com boa clínica, de madrugada.


Investi o pouquinho que ganhei trabalhando nessas condições por muitos anos em imóveis residenciais.


Só não foi a pior coisa porque não rasguei dinheiro.


Para não passar humilhações financeiras na velhice, mas tenho mais problemas com seus aluguéis que rendimentos mensais.


Contratei uma Imobiliária para cuidar dos imóveis e pago um percentual por mês, além dos impostos.


Sobra muito pouco, parecido com o rendimento em fundos bancários, com a vantagem de não ter chateação nos bancos onde aplico minha poupança.


O imóvel sofre desvalorização sempre.


O ajuste que o governo concede, nunca o mercado aceita.


Eu pago a Imobiliária e tenho sempre que resolver o valor do aluguel e reparação dos danos do imóvel.


Enfim, nunca fui um bom empreendedor próprio.


Quem cuidava muito bem dos nossos investimentos era a minha mulher Regina, que há dezessete anos vive no plano espiritual, me deixando “na mão”.


Não nasci com genética empresarial para gerir a minha poupança, pois não gosto de correr risco, e todo empresário corre.


Sou um conservador quando o assunto é dinheiro.


Meus três filhos seguiram a mãe e nenhum deles foi funcionário público ou privado.


Todos administram as suas empresas com eficiência, gozam as suas férias, conhecem o mundo todo, trabalham muito quando querem.


Possuem o imóvel onde moram e aqueles que herdaram já venderam.


Têm horror de conversar sobre investimentos em imóveis.


Como “pau que nasce torto nunca mais se endireita”, vou me desfazer dos imóveis pagando o corretor da Imobiliária, além dos impostos.


Imóvel é bom para o proprietário morar e só.


Será que não seria melhor alugar um novinho?


Quando comprei o imóvel para morar, há trinta anos, tinha mulher, filhos, netos pequenos, parentes e amigos que sempre se hospedavam comigo.


Vivo sozinho nesse espaçoso apartamento e a enfermeira da noite tem medo de ir à minha biblioteca na cobertura, à noite.


Gostaria de um menor e mais aconchegante, com o preço do condomínio bem inferior ao que pago atualmente.


Imóvel residencial nunca foi bom investimento.


Gabriel Novis Neves

16-06-2023




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.