domingo, 14 de junho de 2015

Talento


Raro de ser encontrado, muito precocemente o talento é ceifado pelos progenitores, pela escola, pela religião e mais tarde pela sociedade.
Os comportamentos sociais ditos adequados devem se ater a um determinado “consenso”.
Nada mais castrador para o ser humano que o chamado “consenso”.
Pensar e agir como a maioria estabelece como ideal gera sempre a mediocridade que a todos sufoca.
O talento, para ser desenvolvido, precisa de liberdade, de riscos, de vencer medos, enfim, de romper as barreiras que costumam aprisionar as pessoas.
Não interessa às sociedades organizadas indivíduos talentosos, criativos. Ao contrário, apenas os obedientes, submissos, medíocres e conformados serão úteis ao sistema como um todo.
Seguir dogmas, mitos e regras, sem questioná-los é a chave de sucesso para as boas economias de mercado e sociedades de consumo.
Infringir  as regras do mercado que nos são impostas por propagandas subliminares, seria a destruição de várias indústrias tais como: a da estética, a da beleza, a da moda e tantas outras que ditam, através de lavagem cerebral, o que deveremos vestir, o padrão estético de beleza do momento, a maneira de usar os cabelos, o consumo de produtos que prometem a juventude eterna, enfim, toda uma gama de propaganda enganosa.
São criados modismos, e a carneirada totalmente alienada segue a qualquer custo o padrão estabelecido, formando uma única massa, isenta de singularidade e, o que é pior, atrofiada na sua capacidade pensante.
Dessa maneira, questionadores compulsivos impedem a transmissão da corrente de burrice necessária ao pleno desenvolvimento do modelo econômico que vivemos.
Imagine a humanidade cônscia de sua força e de seu poder!
Muito mais confortável é o pertencimento à grande massa anestesiada por tarefas desinteressantes, aquisição de objetos desnecessários, tempo de vida atirado ao não questionamento, totalmente dedicada ao autocentrismo.
Talvez por essa razão, desde sempre, sejam tão perseguidas no mundo as minorias, sejam elas indígenas, negras, asiáticas, gays, que têm a liberdade como um bem maior.
Não somos condicionados a aceitar as diferenças e, muito menos, a respeitá-las.
Certo grau de subversão da ordem vigente é a única possibilidade de crescimento da raça humana.

Gabriel Novis Neves
21-05-2015

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