quarta-feira, 3 de junho de 2015

PERSONALIDADES


Mato Grosso é um Estado pródigo em filhos ilustres nas letras, nas artes, na política.
Respondendo há poucos dias a uma pesquisa sobre quais seriam as três personalidades mais importantes nascidas aqui, me vi embaralhado com relação a curta lista e, principalmente, na escolha do terceiro nome, já que dois são considerados unanimidades.
Refiro-me ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon e Dom Francisco de Aquino Corrêa.
Cândido Rondon, como era conhecido pelas antigas gerações, nasceu em um lugarejo próximo a Cuiabá (Mimoso), filho de pais pobres e, se vivo estivesse, estaria com cento e cinquenta anos completos.
Foi um "militar sertanista", considerado um dos cinco maiores andarilhos do mundo, responsável pela ligação telegráfica de Cuiabá à Manaus.
Grande pacificador dos índios. Foi um estudioso em botânica, cartografia, geologia, geografia, história, antropologia e indigenista por vocação.
Criou o Serviço de Proteção aos Índios (SPIe foi um dos idealizadores do Parque Nacional do Xingu.
Morreu cego no Rio de Janeiro aos noventa e três anos de idade.
Seu lema: “Morrer se preciso for, matar nunca!”, foi um dos seus maiores legados.
Indicado para receber o Prêmio Nobel da Paz, injustamente teve o seu nome rejeitado pela política Academia da Suécia!
Outro mato-grossense unanimidade foi Dom Francisco de Aquino Corrêa. De origem humilde, ingressou na carreira religiosa e concluiu o seu curso em Roma.
Retornando à Cuiabá foi nomeado o Arcebispo mais jovem do Brasil. Na sua missão de catequese e de formação de jovens para a vida, teve tempo de fundar a Academia Mato-grossense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
Foi governador do Estado para apaziguar a conturbada política reinante no início do século XX.
Foi o primeiro mato-grossense a pertencer à Academia Brasileira de Letras e a dezenas de instituições culturais nacionais e internacionais.
Embaixador plenipotenciário do Brasil. Foi escritor, poeta e grande orador sacro. Carismático, seus restos mortais encontram-se na Catedral Metropolitana de Cuiabá.
Na minha opinião, a terceira personalidade mais destacada deste Estado está, lamentavelmente, esquecida na sua cidade.
Menino pobre, ribeirinho, filho de mãe lavadeira, saiu muito jovem de Cuiabá para tentar o ingresso na carreira militar no Rio de Janeiro.
Exerceu, por merecimento, todos os cargos da sua brilhante carreira e chegou ao cargo de Ministro da Guerra.
Eleito democraticamente Presidente do Brasil, em dezembro de 1945, após a queda da ditadura Vargas, com a missão de redemocratizar o Brasil.
Derrotou nas urnas a um herói nacional - o Brigadeiro Eduardo Gomes.
Exerceu com absoluta lisura o seu mandato de comandante desta nação, com discrição, ética, sempre respeitando a Constituição.
Promoveu, como um juiz, eleições presidenciais, passando democraticamente a faixa presidencial ao seu sucessor legitimamente escolhido pelas urnas.
Sua cidade deve um justo reconhecimento ao único Presidente da República aqui nascido e educado, que foi Eurico Gaspar Dutra.

Gabriel Novis Neves
18-05-2015

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