segunda-feira, 1 de junho de 2015

APAGÃO


De há muito não presencio em minha cidade um apagão do sistema elétrico com as dimensões do ocorrido semana passada.
Além de atingir toda a capital, cerca de noventa municípios mato- grossenses ficaram sem a caríssima energia elétrica, além de parte dos Estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Pará, segundo informações da imprensa.
Somos exportadores de energia, não temos seca, e monstruosas hidrelétricas estão sendo construídas em nossa região.
A explicação dada aos infelizes pagadores do ouro - a taxa de energia elétrica - é que a pane foi do “Sistema Central de Abastecimento”.
No dia seguinte ao apagão os produtos mais procurados nos supermercados foram as velas, as centenárias lamparinas e as lanternas.
Estamos nos transformando também no país dos apagões, com explicações oficiais sempre confusas e sem credibilidade.
Afirmam os técnicos que o agente etiológico deles é a falta de investimentos de recursos públicos para melhorar e aumentar a sua capacidade de operação.
O apagão moral, iniciado há dez anos nos Correios, desaguou no emblemático Mensalão, virou incêndio e atingiu áreas fora do nosso referencial - que é o Petrolão.
Estão chamuscados: a Eletrobras, a Caixa Econômica Federal, a Receita Federal, o Ministério da Saúde e até a ex-chefe do Escritório da Presidência da República em São Paulo - entre tantos já cooptados por ações do Ministério Público Federal.
Como só é condenado quem passa por todas as instâncias do Poder Judiciário, e essa caminhada é lenta, teremos que conviver por muitos anos com a corrupção e a impunidade.
Em tempos passados o Brasil já tinha passado por apagões na saúde (onde permanece), na educação, na inovação tecnológica, nos deixando na rabeira dos setenta e cinco países selecionados para avaliação.
Com o apagão geral dos serviços essenciais - luz, água, transporte coletivo, segurança e das nossas instituições - só nos resta esperar por um milagre que, com certeza, não será esse reajuste fiscal, muito mais um veneno que um remédio, como tem sido propalado.

Gabriel Novis Neves
18-05-2015

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