Alguns dizem que o ano só começa após o Carnaval. Outros esperam a Semana Santa ou até as festas juninas.
Para mim, ele começa no Dia de Reis, quando os ecos do Natal ainda permanecem na memória, mas os boletos começam a ser pagos: presentes, salários, condomínio, farmácia e tantas outras lembranças do fim de ano.
Nesse início de ciclo, aeroportos e rodoviárias se enchem de vidas, de despedidas e reencontros. Pessoas que vêm e vão, cada uma em busca de um destino que lhes alimente a alma.
Os mais extravagantes viajam para longe, em busca de belezas exóticas e distantes.
Mas eu, em 1982, encontrei encanto aqui mesmo, visitando todos os municípios de Mato Grosso. Fui conquistado pela história, pelo povo e pelas paisagens naturais que só esse solo guarda.
Vi cidades nascendo, uma visão rara e pulsante, impossível de ser encontrada nas nações mais antigas da Europa, Ásia ou Austrália. Enquanto lá é o passado, aqui é o futuro, vibrante e promissor.
Quem pode resistir ao charme do Vale do Araguaia, com suas pequenas cidades, discretas no tamanho, mas gigantes na produtividade do agronegócio? A paisagem é um quadro vivo, um refúgio para o olhar cansado.
Barra do Garças exala um charme que transcende palavras.
Na Amazônia mato-grossense, surgem cidades que são polos de desenvolvimento, entrecortadas por cachoeiras e cercadas pela exuberância da selva.
O polo de Barra do Bugres, com seu traçado rodoviário que conecta até Tangará da Serra, dá vida a um mosaico de cidades jovens. Tangará, por sua vez, é um exemplo de modernidade, com serviços de qualidade e forte presença educacional.
Sinop, jovem e promissora, desponta entre as dez maiores cidades do Estado, coroada com um curso federal de medicina. É a capital do Nortão, dividindo sua importância com Alta Floresta, Sorriso e Primavera do Leste.
Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, com seus vastos campos de soja, milho e arroz, espelham o vigor do agronegócio, enquanto Cáceres e seu entorno revelam o esplendor natural e histórico.
Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso, guarda memórias preciosas.
E que dizer do entardecer no rio Paraguai? Em Cáceres, o espetáculo é de tirar o fôlego, como uma tela que o Criador pintou com cores mágicas.
Rondonópolis, terceira maior cidade do Estado, une pioneirismo e progresso. Seu comércio e serviços pulsantes, somados à Universidade Federal de Rondonópolis e ao curso de medicina, a tornam um marco regional.
Jaciara, Juscimeira, Alto Araguaia… são recantos onde a beleza da natureza descansa os olhos e alimenta o coração.
A Grande Cuiabá, formada por Cuiabá e Várzea Grande, traz o contraste entre tradição e modernidade, banhada pelo rio Cuiabá. Esse rio, que antes de desaguar no Pantanal, abraça cidades históricas como Santo Antônio de Leverger e Livramento.
Chapada dos Guimarães, um dos maiores tesouros de Mato Grosso, é um convite permanente ao encantamento. Suas cachoeiras, mirantes e o clima ameno a tornam um santuário para a alma e um destino reconhecido internacionalmente.
Mato Grosso é pujante e grandioso. Sua riqueza econômica se reflete na gastronomia farta e nos serviços bem estruturados.
Ainda assim, os que saem do Estado em busca de novos horizontes talvez não percebam que aqui reside um tesouro inigualável.
Que o novo ano nos permita olhar mais profundamente para as belezas que nos cercam e valorizar a terra que nos acolhe com tanto vigor e generosidade.
Gabriel Novis Neves
06-01-2025
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