domingo, 19 de janeiro de 2025

JANEIRO DE 1946


Eu acabara de concluir o curso primário na Escola Modelo Barão de Melgaço.


Minha professora nesses quatro anos foi a querida professora Oló, que também me preparou para a primeira comunhão na Catedral Metropolitana, em dezembro de 1942.


A diretora da escola era a professora Aline Tocantins, moradora na rua 13 de junho, quase em frente à igreja Presbiteriana.


Ela era casada com Odorico Tocantins, amigo do Marechal Rondon.


A professora Oló, cujo nome era Aureolina Eustáquio Ribeiro, foi também a minha primeira professora de catecismo.


Ela morava em um casarão à margem esquerda do córrego da Prainha, no Mundéuzinho.


A Catedral Metropolitana contava com outras professoras de catequese, entre elas Maria Catarina de Figueiredo, que residia na rua de Cima.


Tanto a professora Oló quanto a professora Maria Catarina eram solteiras, dedicadas à educação pública e ao ensino da catequese.


Não tiveram filhos, mas ajudaram a formar gerações de crianças com amor e dedicação.


Passadas as festas de fim de ano, a professora Maria Catarina organizava a tradicional competição de catecismo, realizada no dia 20 de janeiro—Dia de São Sebastião.


O evento era bastante esperado e reunia uma grande plateia no pequeno auditório da igreja, ao lado da avenida Presidente Vargas, onde ficava o ponto de taxi.


A professora fazia perguntas sobre o catecismo, e os alunos que erravam eram eliminados da disputa.


No torneio em que participei, cheguei à final contra meu colega Sebastião Canuto, sobrinho da professora Maria Catarina e morador da mesma casa.


Coincidentemente, o nome dele homenageava São Sebastião (20 de janeiro) e São Canuto (19 de janeiro).


Com tanta simbologia, ele acabou vencendo a competição.


No entanto, o resultado mais justo teria sido o empate.


Recebi o prêmio do segundo lugar, que se perdeu com o tempo, mas mantenho viva na memória essa lembrança especial.


A infância no interior, era simples e encantadora.


Tudo parecia novo e mágico aos meus olhos de criança


Foi em uma dessas aulas de catequese, aos onze anos, que senti meu primeiro despertar de amor.


Quanta diferença em relação aos dias de hoje!


Gabriel Novis Neves

07-01-2025


CATEDRAL METROPOLITANA DE CUIABÁ 








Professora Oló
(Aureolina Eustáquio Ribeiro)



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