sábado, 9 de março de 2024

A CONTADORA


Depois que troquei o escritório de contabilidade, nunca mais tive problemas com a minha declaração do imposto de renda.


Minha excelente contadora é graduada em contabilidade por nossa Universidade. 


Este ano conquistei, todo feliz, um recorde: nunca lhe tinha sido o primeiro cliente a fazer a declaração do IR.


O número 1 do pódio sempre coube a uma médica, por sinal minha contemporânea. Ela, a detentora do troféu.


Pessoas de idade provecta são muito ansiosas e não deixam para amanhã o que podem fazer hoje. Querem resolver, de um tapa, todos os problemas que têm pela frente. 


Mesmo que a Receita Federal tenha prorrogado para maio a entrega da declaração, no terceiro dia da abertura do programa fiz questão de entregar a minha.


A próxima preocupação será em julho, quando devo fazer a “prova de vida”, torcendo por que a roda da existência continue a girar.


Descobri, na ida à contadora, um novo site inteligente, capaz de responder a perguntas que jamais supunha atinar.


É competente pra responder a qualquer indagação. Seja exemplo o desejo de escrever uma poesia sobre a cidade de Cuiabá.


Ainda que o Google seja uma marca internacional — muito mais rápido que eu pudesse imaginar —, hoje contamos, para nos auxiliar, com a inteligência artificial!


Pareceu-me ter ficado bem mais simples obter informações e estudar, bastando apenas ter um celular à mão.


Vejam só: descobri que nasceu em Vitória, no Espirito Santo, outro Gabriel Novis Neves. Tinha um ano mais novo que eu. 


Curioso: era médico, formado na mesma universidade onde cursei. Mais: especialista em infectologia e clínica médica. Pena não o tenha conhecido em vida.


O meu irmão Pedro Novis Neves, autor do livro “Raízes do Passado”, esteve pesquisando na Europa em catálogos telefônicos de hotéis, arquivos públicos, cartórios de cidades por onde passava. Intento era encontrar pistas a propósito do sobrenome ‘Novis’.


Agora, com um simples clicar do celular, tenho as mais sofisticadas informações das mais diferentes partes do mundo.


Quantas práticas tecnológicas caíram em desuso nestes últimos quarenta anos! E quantas surgiram e se multiplicaram nos últimos vinte!


Às vezes me pego a matutar com os meus botões: como será a Terra daqui a dez ou vinte anos? Nem é possível imaginar!


Só tenho uma convicção absoluta: o homem é uma criatura findável. Talvez para que o mundo continue a criar outras — e mais outras — mudanças em todos os sentidos.


Gabriel Novis Neves

10-3-2024




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