segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

ARTE


Certa ocasião, Erasmo Carlos e Wanderleia foram entrevistados por uma hora no “Programa Por Acaso”, de José Maurício Machline.


Estavam acompanhados pelo seu maestro pianista.


Assisti a reprise no canal de televisão, arte 1.


Erasmo nos deixou há poucos dias aos 81 anos, satisfeito por ter conseguido tardiamente o reconhecimento da sua profissão de compositor da nossa música popular brasileira.


Ambos estavam sentados em cadeiras, mesmo quando cantavam, assim também o apresentador do Programa.


O recinto em que se apresentaram era aconchegante, com artistas famosos na diminuta plateia.


Cantaram, contaram histórias do movimento cultural em que foram protagonistas com Roberto Carlos e Martinha nos anos sessenta.


Erasmo não esqueceu de dizer que nasceu em bairro da zona norte do Rio de Janeiro, quando conheceu o Roberto Carlos, que veio do Estado do Espírito Santo.


Fizeram mais de seiscentas canções de grande sucesso nacional e internacional.


Erasmo Carlos era muito inteligente, bem-humorado, simpático, não escondeu nada da sua vida pública e privada.


Disse que criança gostava de ouvir todo tipo de música tocada no rádio.


Iniciou sua carreira fazendo versões de sucessos estrangeiros, pois aprendeu a técnica e não tinha dificuldades.


Depois foi convencido pelo Roberto Carlos a compor músicas, e se tornou seu maior parceiro.


As músicas “apareciam” das mais variadas formas, e às vezes ficavam meses para “fechar” a segunda parte de uma canção.


Só não fizeram música por internet, pois o Roberto não tinha intimidade e não gosta dessa tecnologia.


Erasmo admitiu que as suas canções românticas como “Café da Manhã”, eram muito tocadas em motéis, preferindo nessas ocasiões ouvir música instrumental para não se distrair.


Sabia ser muito querido, e atribui isso ao fato de ter nascido com “borogodó”.


Sempre tratou bem as pessoas, não as maltratando nunca e desejando sempre o bem.


Soube lidar com a fama e nunca deixou de ser o mesmo menino da Tijuca, amigo do Tim Maia e Jorge Bem.


Com Roberto Carlos liderou o movimento musical dos anos sessenta, chamado de “Jovem Guarda”.


A “bossa-nova” mudou o ritmo da música brasileira, e ensinou nossa população a falar baixinho.


Antes, quanto mais alta a voz do cantor melhor ele era.


A música boa nunca envelhece, e a “Jovem Guarda” não existe mais.


Erasmo Carlos já partiu, ficando o Roberto Carlos, Wanderléia e Martinha.


Gabriel Novis Neves

27-11-2022




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