terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

SINO DA SUPERAÇÃO


O Hospital do Câncer de Cuiabá está totalmente reformado e muito bonito.


Com excelente corpo clínico, de técnicos e auxiliares, inovou nos seus tratamentos oncológicos.


Receberam de doação um pequeno sino que colocaram na sala de saída do hospital.


Todo paciente ao receber alta hospitalar passa pela sala do sino para ir para às suas casas.


Tocam o sino, chamado de “sino da superação”, que significava que mais um paciente havia vencido essa terrível doença, responsável por milhares de mortes por todo o mundo.


O toque do sino é ouvido por todos que estão no hospital e comemoram a vitória alcançada na luta da vida contra a morte.


Essa solidariedade, que tem como símbolo o sino, é interessante.


Antes de viajar para estudar fora ajudava nas missas na Matriz de Cuiabá, assim como nas rezas à noitinha.


Sempre de batina preta que lavava em casa, era responsável para tocar o pequeno sino nas partes principais da liturgia católica das missas e rezas.


Nas grandes celebrações, tocava os sinos enormes da torre da Matriz.


O sino mais importante que toquei foi no dia oito de maio de 1945.


Tinha dez anos de idade e o Repórter Esso, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, anunciava na voz do locutor Heron Domingues, a rendição dos nazistas.


Estava terminada a 2ª Grande Guerra Mundial contra as tropas nazi-fascistas na Europa, com a rendição dos nazistas alemães.


Depois que acionei com o pé direito o pedal do sino maior, e com os braços os outros dois, todas as igrejas de Cuiabá fizeram o mesmo.


E o povo saiu de suas casas e foi para as ruas comemorar e bebemorar, lamentando os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que ficaram nos campos fascistas da Itália.


Existe o sino de tristeza, como os da Semana Santa, que lembra a morte de Cristo.


Também os chamados para a missa de sétimo dia da morte de um fiel.


Mas, Graças a Deus, os sinos são sinais de mais alegria que de tristeza.


Eram tocados antigamente, anunciando o início e final das aulas.


No horário da merenda escolar e seu término.


Também para manter a disciplina escolar.


Quem tocava esse pequeno e barulhento sino no Colégio Salesiano quando estudava lá, e guardava no bolso da batina, era o temido Padre Conselheiro, o italiano Pedro Cometti.


Nos internatos escolares, e hospitais estaduais, o sino era tocado no início e final das refeições e horário para dormir.


Lembro-me muito bem do sino da Santa Casa da Misericórdia, hoje Hospital Metropolitano de Cuiabá.


Sino é vida, quando não toca é sinal de tristeza.


O Hospital do Câncer de Cuiabá comprova, no seu toque de superação o que acabei de afirmar - que o barulho do sino geralmente é vida.


Vamos tocar o sino todos os dias, e não só no Natal.


Toda casa tem pelo menos um sino e as crianças adoram, encanto que descobri por acaso na minha infância.


Gabriel Novis Neves

26-01-2023




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