quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Perversões


Livros psiquiátricos e de psicopatologias se ocupavam, até então, das perversões tradicionalmente catalogadas, tais como: sadismo, masoquismo, voyeurismo, exibicionismo, homossexualismo e tantas outras.
Seriam comportamentos sexuais específicos que, apesar de frequentes, sempre foram muito reprimidos por irem de encontro às normas de conduta morais e sociais vigentes.
No meio dessa vasta literatura destacam-se os relatos de um psiquiatra sueco, ele mesmo homossexual, em “Minorias Eróticas”, em que, de uma maneira simples, ele tenta humanizar e descriminalizar todos esses comportamentos considerados perversos.
Parafraseando a tão famosa frase russa, incita seus leitores da seguinte forma: “minorias eróticas, uni-vos, porque um dia o mundo será vosso”. Tudo isso, e muito mais, para que as pessoas de comportamento considerado normal abandonem seus preconceitos e tenham paciência com os considerados diferentes. Aliás, muito paulatinamente, isso já vem ocorrendo.
Com o advento da era digital, outros tipos de perversão estão surgindo.
Basta notar que no momento em que escrevo sobre isso, surge como sucesso cinematográfico mundial, o filme “ELA”, cuja história se baseia  num homem que se apaixona perdidamente pela voz feminina de uma máquina.  Enaltecido pela crítica, o roteiro parece que suscita maiores reflexões.
Assim, podemos ter a dimensão do que ainda virá por aí, tendo em vista a criatividade ilimitada do ser humano.
Já estamos lidando com uma forte indústria de brinquedos eróticos os mais variados, e alguns deles trazem a promessa de um prazer virtual bem acima do real.
Coisas da modernidade.
É preciso não esquecer que o erotismo, aliás, como tudo à nossa volta, está ligado às leis do mercado de consumo e, de acordo com elas, traça até os nossos comportamentos futuros, quanto mais não seja, pela maior ou menor curiosidade de vivenciar outros tipos de experiências.
Assim como proliferaram em larga escala as academias de culto ao corpo, sob o estigma de cuidar da saúde, no momento, proliferam os clubes de swing, tentando diversificar o comportamento afetivo sexual dos mais jovens.
Tudo regido, em última análise, pelo todo poderoso “Deus Lucro”.
A propósito, graças a isso, maior e mais rápida tem sido na sociedade a inserção do mundo gay. Trata-se de um grupo geralmente de bom poder aquisitivo e altamente promissor para novos investimentos, quer no setor de beleza propriamente dito, quer nas inúmeras possibilidades turísticas específicas.
Dificilmente as pessoas param para pensar nessas várias implicações comerciais, que tanto interferem na nossa vida e sem que percebamos qualquer tipo de manipulação.
É assim com a política, com a arte, com a moral, com a moda, com o culto a padrões estéticos pré-determinados, com a educação e, lamentavelmente, com os nossos comportamentos afetivo-sexuais, em que a “Mãe Natureza” tanto se esmerou para que fossem simples e paradisíacos.

Gabriel Novis Neves
25-12-2016

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