Nestes últimos cinquenta anos as transformações sociais e tecnológicas foram tantas e tão rápidas, que os mais antigos, como eu, não conseguem absorve-las.
No setor de tecnologia as novidades que vieram para nos ajudar, impedem o total aproveitamento dos idosos.
Usufruo pouco delas, e gosto, mas comparando com outras inovações que não consigo ‘decifrar’, vejo que a minha vida piorou.
Está ficando difícil para mim viver sem talão de cheques bancários, além de outras dificuldades que tenho.
Exemplos: saber usar o e-mail, o que é site, operadora e robô, manusear um telefone móvel com destreza.
Assim como: acertar os canais de televisão para descobrir aquele que procuro.
Conseguir uma consulta médica presencial, prescrever um medicamento pela receita digital.
Realizar pagamentos pelo computador e celular.
E a lista continua: comprar pela Internet, fazer check-in.
Comprar pizza pelo celular e pagar com cartão bancário.
Chamar o Uber e pagar o Parque Bom Jesus pela Internet.
Sem falar dos problemas caseiros: manter meus utensílios domésticos funcionando e encontrar funcionária doméstica que dorme em casa, por exemplo.
Hoje terceirizo minhas dificuldades operacionais com pessoas mais jovens próximas a mim.
Aposentamos as máquinas de escrever, os livros agora são em pdf, as bibliotecas tornaram-se ‘centros de visitação’.
As aulas presenciais, os casamentos de sexos opostos, a virgindade e o uso de cigarros, ficaram obsoletos.
Os comerciantes foram transformados em empresários.
Os velhos coronéis que eram homens com muito dinheiro, são hoje os reis do agronegócio.
E são vários.
Os motéis viraram hotéis por falta de clientes, pois os pais preferem que seus filhos ‘fiquem’ em casa por motivo de segurança.
Os ‘bordéis’ foram transformados em ‘boates’ com garotas de programa vindas de fora em visitas rotatórias.
Os ‘casamentos’ dos grã-finos são realizados longe da casa da noiva, e foram substituídos por ‘relacionamentos’.
A ‘pílula anticoncepcional’ e o ‘sildenafil’ são os medicamentos mais vendidos no mundo.
As famílias são cada vez menores, com um ou dois filhos.
Os números de casamentos desfeitos são altos, e o casamento para vida toda cada dia é mais raro.
Ganhamos a bomba atômica e as pandemias.
Nessas transformações os idosos perderam sua tranquilidade e paz.
Gabriel Novis Neves
30-08-2024
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