quinta-feira, 15 de junho de 2023

BECO DO URUBU


Diz um antigo provérbio que “quem se arrisca não deve temer”.


Passeando pelos vários tipos de mídia constatei o elevado número de pessoas que gostam de ler e escrever sobre a Cuiabá de antigamente.


Muitas escrevem e não divulgam os seus textos, guardando-os nas gavetas da sua casa até se perderem.


São geralmente profissionais liberais, e quando indagados dizem que o motivo é a timidez, ou medo de críticas.


Talvez um pouco de cada coisa, concluem.


Escrever para quem não é profissional e não vive de escrever, seu trabalho às vezes transmite insegurança e receio de críticas.


Eles se imaginam um “leigo” exercendo uma função que deveria ter formação universitária direcionada às letras ou comunicação, para o caso do escritor.


Para essas pessoas que tem receio de publicar seus textos, não adianta lembrar nomes de escritores famosos que fazem parte da elite da literatura brasileira sem formação universitária.


Muitos dos seus trabalhos são apreciados inclusive por aqueles que sentem insegurança para divulgar seus textos muito bem escritos.


Todos que exercem uma profissão desejam o aplauso de todos, porém a maioria tem medo de errar.


Um craque de futebol nunca pensa em perder um pênalti na decisão de uma Copa do Mundo.


Mas muitos perderam chutando a bola para fora.


Nem por isso deixarão de cobrar pênaltis e jogar futebol.


As críticas recebidas por nossos atos “literários” praticados serão inevitáveis, e deveremos enfrentá-las a nosso favor, procurando melhorar o nosso trabalho.


Receber críticas, às vezes injustas, faz parte do ser humano que, intrinsicamente, é destruidor.


O medo faz parte daqueles que não admitem o erro, mas somos humanos, por isso erramos.


“O Beco do Urubu – era uma ruela estreita, escura e úmida.


Tinha poucas casas e muito mato crescendo às soltas.


Ligava a rua Nova à Prainha, num trecho curto, estreito com o imenso tamarineiro às margens do barranco, que sombreava tudo.


Havia também lixo depositado ali e era a atração dos urubus, daí o apelido.


Um senhor barbudo de idade avançada, aspecto sinistro, calçando botinas de soldado gastas e um fardão militar surrado e boné, circulava pelo local.


Era conhecido como “gênerá Saco”, e dizia que tinha medo de morar em um lugar que só tinha urubu, e quando era obrigado a sair do seu esconderijo em dia de chuva é pra se molhar. “


Gabriel Novis Neves

25-04-2023





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