Como sou prático em relação ao envelhecimento, muitas vezes sou mal compreendido.
Acho uma dádiva divina chegar onde cheguei, administrando os meus dias com alegria.
Sempre tive preocupação com o meu futuro e dos meus, sabendo que ‘filho criado, trabalho dobrado’.
Como vim de família numerosa, de limitados recursos financeiros, tive a noção exata de ser independente financeiramente, encaminhando os meus filhos ao ensino superior.
Missão cumprida, meus netos sem exceção, seguiram seus pais.
Tinha pavor de sofrer humilhações financeiras na velhice, período reservado ao convívio direto com os bisnetos.
Como é bom brincar com essas criancinhas, que logo serão adultas, distanciando-se dos mais velhos!
A verdadeira beleza da velhice é a beleza da nossa alma, não é a beleza do corpo nem da aparência.
Eu tenho alegria e encantamento de viver intensamente cada momento.
Ivo Pitanguy, que foi médico do embelezamento do corpo, nos deixou aos 89 anos a seguinte receita:
‘Para envelhecer bem é preciso saborear as pequenas alegrias do tempo presente e se adaptar às mudanças inevitáveis, e muitas vezes indesejáveis, que acontecem na velhice’.
‘Eu não levo a sério a velhice, eu não brigo com ela, prefiro brincar com ela’.
‘É preciso ter tesão na vida para brincar com a própria velhice’.
Da família Novis Neves, falta pouco para eu bater o recorde de permanência na Terra, que é da minha mãe Irene com 92 anos.
Ela brincou intensamente com a velhice, sempre alegre, cantando e dançando, escrevendo versos para serem musicados.
Depois de viúva não aceitou morar com nenhum filho.
Alugou um apartamento e contratou uma cuidadora.
Comia de pensão e nos fins de semana passava comigo, ou outros filhos.
Planejou, e muito bem, a sua velhice independente e feliz.
Gabriel Novis Neves
29-10-2024
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