segunda-feira, 22 de maio de 2023

ESQUECIMENTO RÁPIDO


O grande historiador cuiabano Estevão de Mendonça cunhou uma frase que não envelhece nunca:


“Quem morre em Cuiabá morre duas vezes; uma da “morte morrida” e outra da morte do esquecimento. “


Há um mês faleceu entre nós o pioneiro da ortopedia e traumatologia em Cuiabá e Estado de Mato Grosso.


Foi também o primeiro professor de ortopedia da nossa faculdade de medicina da UFMT e construiu o primeiro hospital ortopédico e de traumatologia privado da cidade.


Foi Secretário Estadual de Saúde no governo de José Fragelli e membro fundador da Academia de Medicina de Mato Grosso.


Foi lembrado apenas pela Câmara Municipal de Cuiabá, com uma “Moção de Pesar” apresentada pelo vereador Lilo Pinheiro.


A universidade e o governo do Estado, pela Secretaria de Saúde, já esqueceram do seu professor e secretário.


Ele jamais será esquecido por seus familiares, amigos, colegas e população pelo muito que fez por nossa cidade.


Ando por Cuiabá e encontro tantos nomes de pessoas que nunca fizeram nada pela nossa cidade, tampouco moraram aqui, dando nomes a obras importantes como viadutos, praças, ruas, avenidas e outros logradouros públicos.


Também os nativos foram substituídos no poder, não participando de nada nesta cidade ou Estado, sendo úteis apenas para bater palmas nas solenidades oficiais quando convidados.


Até a nossa pronúncia está sendo substituída pelo chiado dos cariocas ou italianonês de São Paulo, não contando com o “tchê” dos sulistas.


Os cuiabanos de “pés rachados” estão há muito sendo substituídos pelos chegantes à “terra agarrativa e linda. “


Dante de Oliveira foi lembrado na substituição de uma avenida que já existia, e a troca não pegou, sendo chamada de avenida dos Trabalhadores.


O próprio Estevão de Mendonça, para não ser esquecido, substituiu a antiga rua do Caixão, e a mudança pegou, é a rua onde moro.


Não sou cobrador de honrarias indevidas, apenas respeito ao passado de quem muito fez quando esteve conosco.


Ao justo o que lhe é justo, e não devemos homenagear àqueles que não justificam ou representam nada para nossa terra.


Gabriel Novis Neves

22-05-2023




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