quarta-feira, 1 de julho de 2015

ENGOLIR SAPOS


“Quando temos de aguentar um monte de desavenças ou quando temos de escutar um monte de barbaridades, xingamentos, palavrões, e mesmo assim nos mantermos calados, sem revidar, é o que chamamos de ‘engolir sapos".
Em algum momento, pelo volume excessivo de "sapos engolidos”, não mais conseguimos digeri-los e, justo aí, passamos a ter de vomitá-los. Simples assim.
Todo mundo já foi hipócrita um dia para engolir sapos e não hipertrofiar um problema que poderá se transformar em outro maior.
Agora, colocar no cardápio diário das refeições esse batráquio, já é uma tarefa própria para os profissionais da política partidária.
O processo se desencadeia quando, emocionalmente, se acusa sem provas críticos, sem identificá-los, estes, no pleno exercício de suas funções profissionais, ou seja, compromisso com a informação.
O revide da maioria da mídia é imediato com efeito devastador, não restando pedra sobre pedra do edifício agressor.
Coisas passadas, muitas já do esquecimento público são reaquecidas. Outras, bem recentes e pouco divulgadas veem à tona. Como um tsunami, a razão desaparece com o agressor de situações indefensáveis ao terceirizar seus erros éticos.
Como o ‘bom cabrito não berra’, personalidades sem a capa protetora da ética, deveriam ser mais cuidadosas quando decidirem agredir, especialmente, a imprensa.
Esta possui como defesa papel, tinta e informações. Feito o estrago da acusação grave, entram em cena os apaziguadores de plantão para, diplomaticamente, tentar reverter o quadro causado pelo destemperamento dos agressores.
O Brasil passa por um momento muito delicado na sua economia, fruto de anos de desordem administrativa e certeza da impunidade para seus erros contra o erário nacional.
Mesmo assim, seus parlamentares, principalmente, não fazem outra coisa a não ser criar despesas para usufrutos pessoais em valores não aceitáveis para a nossa pobre realidade social.
As greves e protestos pipocam por esta nação, reivindicando por melhores condições de trabalho e salários.
Diante dessa situação de quase penúria por que passa a população, nossos fazedores de leis aumentaram recentemente em até mais de cem por cento, o valor das suas exageradas mordomias.
Este injustificável gesto de brutalidade humana quando criticado em jornais recebe como resposta agressões a todos que militam na imprensa, carimbando-os como mafiosos.
Daí para uma crise que desconhecemos o seu desfecho é um passo.
Apesar das imunidades de que gozam os parlamentares, os sapos são tão gigantes, que não raramente, embora por pouco tempo, encontramos essa gente dilapidadora do patrimônio público atrás das grades.
Como seria prudente engolir sapos, senhores responsáveis pelo caos que vivemos, sem nossos serviços públicos essenciais funcionando num país em que a corrupção tomou ares de normalidade ética na manutenção do poder a qualquer preço.

Gabriel Novis Neves
20-06-2015

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